A Ultima Jornada

Fico estarrecido com as imagens da situação na Grécia. É deplorável o estado a que o país e as populações chegaram, com dezenas de fogos que se propagam diariamente ao estilo do inferno de Dante. Por cá os políticos congratulam-se pela pouca área ardida e pelo excelente dispositivo no terreno, apesar dos 10 helicópteros comprados o ano passado estarem parados em terra por falta de licenciamento. Quem os ouvisse parece que os gregos são parvos e aqui no Tuguistão a malta está muito mais civilizada e organizada. Não fosse o S.Pedro este verão ser amiguinho da floresta e queria ver onde estariam estas vozes da receita do sucesso. Perdidas na cinzas provavelmente... Só espero que o futuro seja mais animador por terras de Péricles e Platão e que a malta por cá não adormeça à sombra da bananeira.

À porta de Trinity College, em Dublin, está a estátua de um homem desconhecido para a maioria das pessoas. Edmund Burke foi um político irlandês do século 18, membro da câmara dos comuns e defensor da causa americana na guerra da independência. Apesar da citação lhe ser erradamente atribuída a ele, gosto muito de uma frase associada a este homem: " Para que o mal triunfe, basta que os homens bons nada façam ". Todos os dias tento ser um homem bom e agir. Quer escrevendo, quer agindo, sinto que posso fazer a diferença. Fica o tributo a um homem que foi diferente no seu tempo, mas não mudou.

Ontem à noite assisti a uma entrevista com a pessoa que deu a cara pelo movimento Verde Eufémia, entidade que apenas conheci pelo Expresso já que a demonstração que os trouxe ao mundo ocorreu nas minhas férias. E no final fiquei um pouco mais esclarecido mas, por outro lado, desiludido. Primeiro, acho a escolha do nome foi extremamente infeliz. Catarina Eufémia viveu e morreu numa altura conturbada da história portuguesa, vítima de uma repressão que não olhava a meios para abafar qualquer movimento popular. Pelas imagens que vi, repressão foi algo que não aconteceu e comparar esta acção com as do Alentejo dos anos 50 é pura demagogia. O assunto dos transgénicos é demasiado sério para ser discutido de ânimo leve e merece uma profunda reflexão da sociedade. Se a comunidade científica não apresentou estudos conclusívos sobre os efeitos nefastos do uso de transgénicos, o facto é que qualquer impacto leverá anos a ser detectado e será irreversível. Criar plantas que consomem menos águas e s

Isto do Google Analytics permite ter uma olhada gira sobre o movimento do blog e tenho reparado que é constante a presença de leitores além fronteiras, especialmente do Reino Unido e do Brasil. Se por terras de sua majestade deve estar alguém conhecido, do lado de lá do Atlântico este tráfego deixa-me feliz, pois é nestas coisas que a lingua de Camões se torna universal. Gosto muito do Brasil, tanto que já lá fui diversas vezes. Entre a odisseia de um carnaval na Bahia a uma incursão pelo Rio de Janeiro, tive as paragens obrigatórias no Nordeste para as férias de praia e cachaça. No entanto, a terra que mais me marcou foi Paraty. Situada entre o Rio e São Paulo, Paraty mantem-se uma cidadezinha pacata, ao estilo bem português com as suas casas baixas e ruas em pedra. As hospedarias estão dispersas por toda a localidade e dão oportunidade de usufruir de um turismo bem diferente do que se faz no Brasil. A praia de Trindade está a 20 minutos de caminho e de barco pode-se conhecer quer a c

O que define a amizade? Como conseguimos classificar um amigo? Nos dias que correm sinto-me tocado por gestos que, por mais insignificantes que pareçam, me fazem sorrir e sentir que há sempre alguém por perto. Nas linhas que escrevem, nas piadas que dizem, no simples "Bom dia" com que me brindam quando me vêm, na garrafa de vinho partilhada ou no sushi degustado em conjunto, são esses momentos que me mostram o quão importante são na minha vida. A todos os amigos, presentes ou mais ausentes, obrigado por estarem cá.

O facto de estar de férias deu também para meter alguma leitura em dia. Em férias não procuro nada muito elaborado e fiquei-me pelo "Dilema de Shakespeare", uma ficção histórica que retrata uma Inglaterra ocupada pelos espanhóis com a vitória da invencível armada. Com um cheirinho da poesia elisabetina, muita intriga e um Shakespeare a movimentar-se nos corredores da consipiração, o livro consegue prender o leitor até ao fim. Para quem gosta do estilo, fica a ideia.

Depois de um período sabático, em que esteve uns largos meses sem escrever, eis que o Codeas regressa à blogosfera. Depois de mais de dois anos onde alimentou um blog com coisas fantásticas - que foram perdidas por desleixo de quem geria o servidor onde estavam hospedadas - a "depressão do artista" já passou e Agosto de 2007 deu à luz um Codeas renovado, cheio de energia e com o seu estilo muito próprio. Para os visitantes fica o desafio: http://codeas-blogdemanteigas.blogspot.com/

Uma amiga tem comentado que, no meio de tantas fotografias, não aparece nenhuma minha. Desta vez aceitei o desafio e decidi partilhar um pouco de mim, para aqueles que não me conhecem. A imagem é de uma jornada por terras francófonas, o Mestre aos olhos de um cartoonista de Carcassone.

A passada jornada na Irlanda pautou-se por muita chuva, muitos kilometros, bastante diversão e centenas de fotos. Os nativos continuam iguais a si mesmos, pelo menos quando comparados com a ultima visita que lhes fiz, apesar de algumas coisas estarem diferentes e que para mim foram agradáveis surpresas. Primeiro, a lei anti-tabaco foi implementada a sério e funciona. Imaginem o que é estar algumas horas num pub e no final da noite não termos aquele cheiro a fumo a caminho de casa. Mais curioso ainda é o respeito com que todos os fumadores saiem para a rua onde podem, com toda o à-vontade, matar o víçio e meter conversa com quem está à beira da porta. Funciona e deve ser apontado como exemplo, é de facto possível beber e não fumar. Segundo, o ambiente no Ulster é de facto mais calmo e as pessoas respiram boa disposição. Vamos esperar se é para durar e se, finalmente, a Irlanda volte a ser só uma nação. Fui pela primeira vez ao norte e a costa é magnífica, selvagem e semeada de pequenas

Terminou hoje a minha jornada de férias por terras de duendes, cerveja e muita música. Infelizmente, e pela primeira vez, baralhei-me com o dia do regresso e perdi o vôo - tinha sido marcado para ontem - mas nada que uma passagem por Faro e uma boleia (obrigado sogros, foram fantásticos) conseguiram ultrapassar. Esta jornada foi recheada de coisas novas, que irei partilhando nos próximos tempos, mas depois dos stresses de hoje a foto fala por si.

Faltam três dias para as férias e cada minuto custa muito a passar. Mas o sábado está mesmo à porta e a vontade de fazer a mala é imensa, estou mesmo a precisar de mudar de ares e cortar com o trabalho e os stresses dos ultimos tempos. Junto deixo algumas imagens do meu local de descanso, resultado de outras jornadas que já passaram. Pode ser que assim entendam o porquê de escolher este destino por diversas vezes e a alegria que tenho quando falo sobre ele.