Cartas de Iwo Jima

Que Clint Eastwood já é um realizador de culto é inegável. Fraco como actor nos tempos de jovem, quer como cowboy dos western spaghetti ou como o célebre Dirty Harry do "Make my day, feel lucky punk!", com a idade Eastwood revelou uma faceta que não era esperada.

Realizou filmes soberbos como Imperdoável (relançando o western como estilo de cinema em abandono), "Um mundo perfeito", "Mystic River" (abordando o tema da pedofilia) e "Million Dollar Baby". Os trabalhos mais recentes são dois filmes que abordam ambos os lados da batalha de Iwo Jima: "As Bandeiras dos nossos pais" (lado americano) e "As Cartas de Iwo Jima" (lado japonês). Se o primeiro não mereceu grande destaque dos críticos, o segundo foi de tal forma falado que tive curiosidade de o ver.

Destaco o excelente trabalho de imagem, com um ar "blurry" que quase que parece um documentário, e o facto do filme se basear num conjunto de cartas encontradas depois da guerra, onde os pensamentos e anseios dos soldados japoneses e do seu comandante possibilitaram compreender melhor o "outro lado" da batalha.

Sem um final feliz, fica para a história uma batalha por uma ilha com uma área aproximada de 30km2, onde perderam a vida mais de 21 mil japoneses (apenas 261 se deixaram capturar) e mais de 7 mil americanos . Nas fileiras americanas os cerca de 19 mil feridos eram o prenuncio das dificuldades que os aliados iriam ter à medida que invadiam território japonês e que se confirmaram em Okinawa.

Comments

AC said…
Ainda não vi...

Interessante como a (very) old school continua a dar cartas na 7ª arte.
Tivemos por ai uns Tarantinos e uns Shahlhamhanhalhalams mas não conseguiram aguentar o ritmo, o que pode indicar a proximidade do final de um certo degrau do Cinema quando esta (velhissima) geração desaparecer.

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