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Showing posts from February, 2007

Principe Carlos e a cruzada contra a caloria

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Hoje ouvi na rádio que o Principe Carlos de Inglaterra propos fechar o MacDonalds como medida para combater a obesidade infantil. Soube também que no país de sua majestade há uma criança de 8 anos que pesa 90 kg, o que me levou a pensar que adjectivo deverá ser utilizado nestas situações já que obeso provavelmente não chega. Acredito que o culto do Fast-food não seja amigo de quem luta contra as calorias mas, seguindo esta medida, irão fechar os Pizza-Huts, Pans & Company, Joshua's Shoarma, Hagen Dazs, Baskins and Robbins e acabar com as pipocas no cinema. Depois proibem que se venda o oleo para fritar batatas, as bolachas, os chocolates, as gomas e tudo o que é doce e passamos a ter uma vida muito mais insípida. É uma solução extrema que não vai resolver o problema. As novas gerações estão a pagar a factura da internet, das consolas e do home cinema. Já não vejo miudos a jogar futebol na rua, a brincar à apanhada ou a subir às arvores. A cultura do sedentarismo começa cada vez

Dream Theater - Score

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Perdi a cabeça este fim de semana e gastei 30€ num DVD dos 20 anos de carreira desta banda, mas depois de umas horas achei-os muito bem empregues. É fantástico ver e ouvir este quinteto, mesmo depois de 2 décadas de carreira e de mais de uma dezena de registos originais e ao vivo continuam a supreender. São considerados uma banda de Metal Progressivo mas em certas faixas o lado rock vem ao de cima, apesar de noutras os sons mais "hard" fazem lembrar Metallica ou Ramstein. Mike Portnoy está melhor que sempre, é para mim o melhor baterista a tocar na actualidade. A simplicidade da sua técnica e a facilidade de interpretação transformam uma sonoridade na percussão em algo estupidamente complexo. John Myung é o viola baixo e, provavelmente, o musico mais talentoso que vi tocar este instrumento. Quem vê Dream Theater pela primeira vez nunca mais esquece este chinês que trata as 6 cordas do baixo com um à-vontade que surpreende. John Petrucci é um guitarrista de excelência, com alg

Vira o disco e toca o mesmo

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Hoje o Alberto João Jardim demitiu-se. Líder incontestado do governo regional da Madeira, no poder desde que Portugal voltou a ser uma democracia, Alberto João bateu com a porta indignado com a nova Lei das Finanças Regionais publicada hoje em Diário da Républica, que representa a diminuição das transferências da União Europeia e o controle do endividamento das regiões autónomas. No entanto, num movimento digno de um contorcionista de circo, Alberto João anuncia a sua recandidatura para as eleições regionais que irão ser convocadas depois da sua demissão. Ou seja, o principal candidato à sua sucessão, é ele mesmo. No mínimo estranho, é como se a vida desse uma volta de 360 graus. Se por um lado se sente injustiçado pelo mudar das regras a meio de uma legislatura, com o argumento que o seu programa tem quatro anos e assentava num fluxo financeiro que vai acabar, por outro é notória a falta de capacidade da Madeira em gerar riqueza que sustente a despesas que o Governo Regional tem. Lá s

Estou a precisar de férias.

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Faz este fim de semana um ano que estava a caminho de Malta para uma escapadinha carnavalesca a dois. Destino previlegiado para ingleses, estava curioso sobre o que iria encontrar numa ilha que respira história. Na memória ficou-me um centro histórico de La Valleta muito original, uma magnifíca varanda com vista para o Grande Porto e os passeios nas ruelas antigas sob um tímido sol de Fevereiro que teimava em aquecer os poucos turistas que por lá andavam. Malta foi uma experiência diferente. Imaginem o que é misturar uma população meio berbére meio italiana, aqui e ali contrastando com gente loura de olhos claros - descendentes dos antigos cavaleiros de S. João - e regida por uma cultura 100% britânica, fruto de 150 anos de domínio inglês. Terra que teve em Corto Maltese o seu nativo mais conhecido, o arquipélago beneficiou da sua localização estratégica para ser disputado por todas as civilizações desde a pré-história, o que deixou marcas visiveis desde o tempo grego. O clima ameno, a

Referendar ou não referendar, eis a questão...

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Na ressaca de mais um flop democrático, traduzido em 58% de abstenção, cada vez gosto menos de referendos. O custo que o Estado teve numa consulta à população para que o governo possa legitimar uma decisão menos popular é, no mínimo, passar um atestado de incompetência aos deputados e ao poder político no geral. Nas eleições legislativas os partidos submetem-se a escrutíneo e elege-se o governo para os próximos quatro anos. Nessa altura temos oportunidade de penalizar, ou reiterar a confiança do partido no poder,, analisando a sua performance face ao que era espectável. Com esta permissa, entendo que a lei do aborto devia ser discutida em Assembleia da Républica e votada lá, sem recurso a este “lavar de mãos” de Pôncio Pilatos, que apenas existiu para que o Partido Socialista não seja crucificado nas próximas eleições. Ao aprovar a noa lei o Governo vai defender que fez cumprir a vontade dos portugueses, o que é verdade, já que 59% dos que votaram disseram SIM. Por outro lado, os defen

Ghost Town

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Este fim de semana estive pelo Algarve. Depois de uma muito atribulada viagem, que só por si dava um tema de conversa, lá cheguei a Vilamoura onde a minha cara metade tinha um compromisso profissional sábado. Gosto muito da paisagem algarvia, dos laranjais do interior, da serra com os regatos de água e a fraca densidade habitacional. No entanto, o que me surpreendeu foi a ausência de pessoas num suposto centro de turismo de excelência do Algarve. Apesar do fim de semana ter algum movimento, passear pelas ruas de Vilamoura em Fevereiro assemelha-se a caminhar pelas ruas da Baixa Pombalina às 22.00: um autêntico deserto, ao nível das cidades fantasmo dos Westerns série B. Será que o sindroma da construção a qualquer preço está a pagar a factura? Ou o elevado movimento de verão compensa a inactividade dos outros 9 meses? Para bem da economia da região, espero que as hordas que invadem o Algarve continuem por muitos anos, senão daqui a uns anos iremos ter umas Ghost Towns ao nível do que o

Há dias assim...

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Detesto ser enganado. No entanto às vezes acontece, especialmente por excesso de confiança no meu interlocutor. O mau disto é que as injustiças têm sempre um sabor amargo, mesmo quando as conseguimos ultrapassar. A semana não podia ter começado pior, há alturas que apetece fazer Ctrl+Alt+Del e recomeçar o dia de novo, mas isto da informática não se aplica ao mundo real. Por isso é levantar o queixo e não mandar a toalha ao chão, sorrir nos olhos de quem nos atinge e nunca perder a cara. Há ciclos que se fecham sem muitas vezes estarmos à espera mas há que encarar o próximo com pensamento positivo. Como dizem os Anglo-Saxónicos, "Fool me once, shame on you; Fool me twice, shame no me."

V de Vingança

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Neste fim de semana voltei a ver este filme, uma adaptação de uma BD de culto dos anos 80, onde a influência de 1984 (George Orwell) e do "Big Brother" é notória. A Inglaterra está sob domínio de um tirano, à semelhança dos sistemas totalitários que assolaram a Europa nas décadas de 30 e 40. A nossa personagem, de nome V, combate o governo fascista, assumindo a forma de Guy Fawkes, um nobre inglês católico que foi condenado à morte por tentar assassiinar o rei James I, protestante, e restaurar a religião católica no país, no que ficou conhecida como "A traição da pólvora". É nesse feriado que V decide tentar a façanha que Guy Fawkes não conseguiu: destruir o Parlamento Inglês e acordar o povo inglês para que a democracia volte a reinar. O filme é simplesmente cativante, com Natalie Portman assumindo o papel principal (bem mais velha do que aparece em Leon, o Profissional) e com um final surpreendente. Quando me lembro de V de Vingança, lembro-me de uma frase que me