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Showing posts from March, 2008

Balanço

Tenho reparado ultimamente, quando estou com alguns amigos que visitam o blog, que não tenho dado muitas notícias desta nova fase da minha vida, depois de abraçar o novo desafio profissional. Na realidade, estou muito feliz e sinto-me francamente bem. O novo ambiente é excelente - fruto de uma organização pequena mas coesa - os interlocutores profissionais têm sido impecáveis e, com um ano que se adivinha exigente e de dificuldades, sinto que posso fazer a diferença e entregar bons resultados. O ramo de negócio é totalmente diferente mas em cerca de um mês já aprendi muito. Sei que tenho que crescer mais mas, como tudo na vida, é na troca de experiências e na constante aprendizagem que crescemos e evoluímos como pessoas. O mestrado caminha para o último quarto das aulas, com os dois últimos exames em Junho. Até lá tenho que esperar por um coordenador de tese para, quando tiver a aprovação do tema, voltar a bombar nas horas. Mas já tenho algum trabalho de casa feito por isso vou aprovei

Os gansos selvagens

O vôo dos gansos selvagens foi o termo dado aos milhares de irlandeses jacobitas que abandonaram a Irlanda, depois da vitória protestante de Guilherme de Orange. Estes homens combateram por outras bandeiras europeias, que não a inglesa, durante os séculos 16, 17 e 18, abdicando de viver no seu país para não abandonarem o culto católico, recusando a submissão ao domínio inglês. O termo ainda foi utilizado paraclassificar o mercenarismo em África dos anos de 1960-70, tendo sido imortalizado pelos filmes "Cães de Guerra", baseado num livro de Frederick Forsyth, e "Gansos Selvagens", com uma superba interpretação de Richard Burton, Roger Moore e Richard Harris. Ontem, em pleno convívio com ex-colegas que abandonei há relativamente pouco tempo, lembrei-me de um paralelismo com esta história. Estávamos juntos para nos despedirmos de outro que decidiu levantar vôo, seguindo o seu caminho longe das cores onde trabalhámos juntos e forjámos laços de amizade. Para os que agora

Fear of the dark...

Ontem tive um jantar com alguns amigos da minha respectiva, que não via há algum tempo. Como todos moram pertinho acabámos por nos deslocar a Massamá, terra no início da linha de Sintra mas onde se sentem, cada vez mais, os sinais de insegurança que aumentam gradualmente no nosso país. Entre uma amiga que foi assaltada por três miúdas de 15-18 anos a outro a quem acenaram com uma arma numa estação de combustível, após uma troca mais acesa de palavras, senti-me num restaurante na Barra da Tijucao a discutir um arrastão em Ipanema ou a violência da favela da Mangueira. As pessoas ditas “normais” sentem-se cada vez menos seguras, fazendo da sua casa o seu castelo, abstraindo-se de sair a partir de certas horas. Lembro-me de uma frase no rescaldo dos atentados de Londres, que dizia que o terrorismo ganha quando as pessoas deixam de viver por causa do medo, que a melhor resposta que se pode dar ao terrorismo é começar o dia seguinte na maior normalidade possível. Sinto que hoje vivemos num

Consumismo

Parece que esta Páscoa fui acometido de um surto desta doença, que me levou a abrir os cordões à bolsa e gastar umas centenas de euros em menos de 24 horas. Primeiro foi a compra de uma nova máquina fotográfica, já que achei que a minha Pentax S7 não tem algumas capacidades que fazem muita falta na captura mais exigente de imagens. Como se tem portado bem e como goza de uma excelente portabilidade (cabe num maço de cigarros) vai continuar a ser alternativa para as viagens mais urbanas ou onde o clima da segurança for mais crítico - em destinos tipo Rio de Janeiro, Faixa de Gaza ou Bagdad - mas a partir de hoje a preferência vai para a Panasonic DMC-FZ18 . As lentes Leica e um poderoso zoom 18x, aliado a um filtro de sensibilide e a uma panóplia de opções de focagem e tipo de fotografias (para pena minha não tira cafés) foram a razão da escolha. Não se espantem que nos próximos dias apareçam muitas fotos. Depois, enfrentei uma hora de fila e decidi prendar a minha cara metade com uma i

O pai da ficção científica

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Morreu Arthur C. Clarke, aquele que para muitos é considerado o pai da ficção científica, e que teve o seu auge em "2001 - Odisseia no espaço". Um visionário, viu as estrelas de forma diferente que os seus contemporâneos, sem o ar místico dos Jedi ou as diferentes raças de Star Trek. O estilo de Clarke era mais cerebral, no sentido de perceber o que está no espaço profundo. "2001" previa que se viajasse até Júpiter mas depois da febre das décadas de 60 e 70, a conquista espacial marca passo, muito devido à paragem tecnológica que impede atingir maiores velocidades, que permitam cobrir as longas distâncias de forma eficaz. Depois de décadas em reclusão no Sri Lanka, onde chegou a ser acusado de pedofília, ainda deu a cara por uma das séries de TV mais fantásticos sobre os enigmas da terra e que marcou a minha infância, onde se falou desde Stonehenge ao Crânio de Cristal do museu britânico. Num estilo mais pensado e menos "laser", se ainda não tiveram oportu

Hamlet ou algo está podre no reino da Dinamarca

Apesar do nível competitivo do paintball nacional nunca ter estado tão bem, adivinham-se tempos negros na organização deste desporto. A ausência de informação e o ocultar de alguns factos, aliado à mesquinhez de algumas pessoas, teimam em levar para o abismo o sonho de todos os praticantes de paintball. Mas como é que um desporto que envolve centenas de praticantes, dezenas de campos e algumas lojas teima em não se afirmar? Num passado não tão longínquo, uma associação denominada A.P.P. - Associação Portuguesa de Paintball - tentou lançar as bases da regulamentação do desporto. Infelizmente, durou pouco, fruto das guerras entre lojas e do oportunismo de alguns. Agora, uns anos depois, um novo movimento ganha fôlego - a Federação Portuguesa de Paintball. Nome sonante, apesar de ter pouca substância e estar ferido de legalidade. Na realidade, estamos perante uma associação de praticantes denominada "Federação", um projecto cheio de boa vontade mas com mais buracos que um queijo

Negócios da treta

António Feio e José Pedro Gomes criaram as conversas da treta, ao melhor estilo tuga dos dois amigos que opinam sobre tudo e mais alguma coisa. As últimas semanas têm mostrado a hipocrisia – mais uma – dos lobbies internacionais das produtoras de petróleo e da conivência dos estados ocidentais. O petróleo atingiu mais um máximo histórico, na ordem dos 111 dólares, numa altura em que a recessão bate à porta da economia americana e o dólar perde valor face ao euro, num reflexo directo da sucessão de asneiras do senhor George. Algumas pessoas questionam-se: “Se o dólar desvaloriza, então a Europa devia ter petróleo mais barato, uma vez que o compramos em euros e estamos constantemente a ganhar face ao dólar”. O que estamos a assistir é ao incorporar da desvalorização do dólar no preço do barril, já que os países produtores argumentam que não podem perder dinheiro e aproveitam a convulsão da moeda americana para irem metendo a unha no preço. E mais uma vez, o ocidente que pague a factura d

Novas oportunidades

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Li numa breve passagem por um diário gratuito que Pamela Anderson – sim, essa dos enormes implantes que corria à beira mar e que mais tarde apareceu numas produções caseiras ao nível da Traci Lords – é neste momento a assistente de um mágico conhecido nos Estados Unidos. Faz-me lembrar a história dos triunfos romanos, onde na quadriga do general vitorioso seguia um escravo a segurar-lhe uma coroa de louros e a murmurar ao ouvido: “Lembra-te que és apenas um homem e que toda a glória é efémera”. Pelos vistos a amiga Pamela, depois de uma breve passagem pela 7ª arte onde não deixou saudades, desce mais uns degraus na carreira artística. Se ela sabe do programa “Novas Oportunidades” do Estado Português ainda a vamos ver no circo a engolir espadas, porque já deu para ver que nisso a moça tem jeito.

Mais tinta

Mais um fim-de-semana de tinta, mais uma série de bons resultados para o Bando, desta vez foi a 4ª etapa do Open de Lisboa. Na CPL um 4º lugar, com a presença nas finais a garantir um aumento da qualidade de jogo, num formato X-Ball que a equipa apenas disputa nas provas do Open. Na categoria M5 um terceiro lugar para os “manos” dos 5.2, mantendo acesa a luta por um lugar no pódio no final da época. Finalmente, na categoria Novice, mais uma vitória do Bando de Irmãos 5, colocando-os mais destacados na liderança. Em Abril há mais.

Guerra aos bóbis

Hoje ouvi a noticia que o governo quer acabar com determinadas raças de cães perigosos, obrigando à esterilização dos mesmos. É um facto que há bichos que podem ser uma verdadeira arma e que há pessoas que não merecem ter animais desses. No entanto, opta-se pela via mais fácil, que implica impedir a reprodução dos animais, do que responsabilizar criminalmente quem passeia o seu Rotweiller ou o seu Pitbull pela rua com comportamentos agressivos ou quem adora lançar os bichos nas lutas de cães. Não é que tenha piada mas, ao ouvir a noticia, lembrei-me de Farinelli , o ultimo doss castrati, aqueles meninos com voz de anjo que eram capados para que a voz não mudasse após a puberdade. Não me admiro que qualquer dia veja um caozarrão a ladrar em soprano.

Antes primeiro numa aldeia…

Citando Júlio César, na altura do primeiro triunvirato que dividiu o poder militar de Roma, e face ao ascendente de Pompeu, que “Antes primeiro numa aldeia que segundo em Roma”, num claro sinal que o segundo é o primeiro dos últimos. Ao assistir à sucessão de acontecimentos recentes do PPD/PSD (esta parecia o Santana Lopes) fico com alguma perplexidade de como é que este partido se pode assumir como oposição de qualquer coisa, muito mais de um governo. Entre as quotas pagas em “cash” para que os militantes possam votar à boca das urnas, às crescentes críticas dos notáveis do partido, fico com duas perguntas na cabeça: - Será que Menezes quer tornar o PSD, perdão, o PPD/PSD o partido dos branqueadores de capital, sentindo que muito desde país adora passar a perna ao fisco e daí, poder vir a ser governo com maioria? - E por onde andaram estes notáveis nas últimas eleições do partido, onde a oposição ao Menezes foi tímida e pouco afoita? Se na altura figuras como Manuela Ferreira Leite e

Scifi ou talvez não

Depois dos CCTV nas zonas críticas das cidades inglesas, eis que os súbditos de Sua Majestade perante uma nova descoberta que vai revolucionar o mundo da segurança e mudar para sempre as nossas vidas. Cientistas ingleses descobriram um novo tipo de raio, invisível à vista desarmada e sem os efeitos nocivos do raio-x, que permite ver as pessoas sem roupa, detectando mais facilmente armas, explosivos ou outro tipo de objectos escondidos. Ao estilo Orwelliano de 1984 , desta vez a aparente “nudez” vai passar a encher o imaginário de tudo o que é segurança ou agente da autoridade das ilhas britânicas, numa oficialização do voyuerismo instituído. Dizem que os corpos não terão os detalhes das suas formas, apenas as silhuetas, e que a descoberta irá permitir um controlo mais eficaz de metropolitanos, aeroportos e estádios de futebol, garantindo a segurança de que frequenta os mesmos. Ao ouvir a notícia lembrei-me os “ Eles Vivem ”, de John Carpenter, onde os aliens apenas eram detectados por

O Homem do leme

Não, não escrever sobre Xutos e Pontapés nem sobre o nosso presidente. Apenas sinto a necessidade de escrever umas linhas sobre o recém-despedimento de José António Camacho. Desde o primeiro dia que fui contra a sua vinda. Estive contra o despedimento de Fernando Santos e da vergonhosa pré-época a que esteve sujeito, com a novela fica-não fica de Simão Sabrosa, Manuel Fernandes, Micolli e Karagounis. No entanto, tudo valeu para Luis Filipe Vieira ficar na mó de cima e apresentar um nome com que a maioria dos benfiquistas delirava, ao estilo de um Brad Pitt para as mulheres ou uma Angelina Jolie para os machos. Chegou então o Sr. Camacho, após três anos de inactividade depois da breve passagem pelo Real Madrid que durou algumas semanas. Admirei o Camacho como jogador: as caneleiras em baixo, a forma como varria todo o flanco esquerdo, as grandes exibições do Real de Gallego, Michel e Butragueño deixaram recordações de bom futebol. No entanto, a primeira passagem por Portugal mostrou um

Ser ou não ser…avaliado

Muito se tem dito e escrito sobre a avaliação dos professores. Que é injusta, que é tendenciosa, que não agrada a ninguém. No entanto, a bem do discurso democrático, quem critica acha que a classe deve ser avaliada mas sugestões construtivas e realistas teimam em não aparecer. Olhando para trás analiso a classe dos professores como uma pedra basilar da nossa sociedade, já que a formação das novas gerações depende muito do trabalho e do empenho destes profissionais. Mas se pensarmos bem em quantos deles são professores por vocação, quantos são os professores que ,quando acabaram o 12º ano e foram tirar um curso superior,, queriam mesmo fazer do ensino profissão. Tomo como amostra a minha experiência académica, onde a saída do ensino era a última porta a recorrer, quando os licenciados não conseguiam entrar no mercado de trabalho. Neste sentido, acredito que uma parte da classe englobe, exactamente, uma parte dos menos qualificados ou menos aptos enquanto alunos. Aqueles que, com uma lic

A luta contínua

O ambiente à mesa estava bem disposto, afinal quando se revêm amigos há sempre um sorriso nos lábios e matam-se as saudades. Trocas de ideias e novidades, ex-colegas que também saltam fora do comboio em andamento e os outros que por lá ficam, na luta do dia a dia. Entre makis, sashimis, nigiris e missú passou-se uma hora a correr e ficou a promessa de repetir, mas com mais tempo. Para eles, especialmente nos dias menos fáceis em que o trabalho aperta e a "run rate" teima em não subir, fica este momento. Para reverem mais excertos bastaprocurar os "Homens da luta" no youtube. Imperdível...

Dia diferente

Comecei o dia com a cabeça no ar, afinal ia ter um marco importante. Saco dos exames debaixo do braço, relatório esquecido em casa e um intervalo de almoço sempre a correr para, ao final da tarde, ter a boa nova esperada. "Agora só te quero ver para o ano". Com estas palavras e um aperto de mão firme, o homem que provavelmente me salvou a vida em 2003 despediu-se de mim. Pela forma clara com que me explicou o problema que tinha, pela urgência com que lidou com a minha cirurgia, depositei nele toda a confiança. Até na fase dura da quimioterapia havia sempre uma palavra optimista, um trocadilho para me animar. Dizem os livros que a probablidade de uma neoplasia reincidir depois de 5 anos é mínima, apesar do clinicamente curado estar reservado para os 10 anos após a remoção do tumor. Cinco já passaram e a certeza, ao final da tarde, é que os outros dias irão ser, de certeza, diferentes.

Fotografias

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O mundo do digital permite-nos, hoje, fazer muito mais fotografias, rever as imagens que guardámos ou repetir a foto até conseguirmos a luz que queríamos. Em contrapartida, a facilidade com que um cartão pode "berrar" não é assim tão rara e é também muito mais fácil perder um cartão SD, com horas ou dias de trabalho fotográfico. Na minha última incursão por terras das Irlanda aconteceu-me algo deste estilo. No meio dos cartões de menos capacidade de memória um deixou de funcionar e, no meio da confusão do manda fora ou guarda, fiquei sem 32 fotografias de outro cartão igual ao que se tinha avariado. Como disse cá em casa, ficaram as memórias e essas ninguém as tira, mas foi uma pequenina nuvem no meio dumas férias excelentes. Ontem, durante uma pequena arrumação, dei com um cartão isolado, guardado num bolso de uma mochila e, com alguma ansiedade, vim logo ver se eram as famosas fotografias. Desta forma completo as imagens da Irlanda - parte 3, como esta baía sul da ilha, per

Reencontro

Uma das coisas curiosas nesta minha nova experiência profissional foi encontrar um antigo amigo, cujo contacto estava um pouco perdido nos últimos anos. Parceiro de funções, recebeu-me em grande e vai ser uma muleta importante durante a minha aprendizagem. Quis o destino que o Miguel também tem algumas experiências na blogosfera, das quais destaco o seu blog de fotografias originais: http://www.scapeland.blogspot.com/ Há imagens bem originais, a revelarem uma paixão enorme pelo grafitti e pelo mar, entre outras. Fica o convite para passarem por lá.

Sol de primavera

Adoro Lisboa, especialmente nestas alturas como no dia de hoje, onde o sol desponta e a temperatura é amena. Estava criado o cenário para um passeio pela minha cidade, observando as ruas, admirando fachadas e andando pelas inúmeras calçadas. Estacionei na rua Castilho e desci pela Rua do Salitre, aquela artéria estreita que desce até à Avenida da Liberdade, deixando antever por uma fresta a nossa artéria mais parisiense de Lisboa. Daí até aos Restauradores foi um instante, com uma breve incursão pela "nova" estação do Rossio e a subida ao Chiado pela tradicional Rua do Carmo. Lisboa estava animada, com muita gente nas ruas, dezenas de turistas e alguns alfacinhas a disfrutar do tempo nas esplanadas da baixa. Uma paragem na FNAC para ver os concertos em cartaz e comprar bilhetes para John Scofield na Aula Magna e a subida para o Largo do Carmo, pela Calçada do Sacramento. O deambular levou-me ao Largo da Misericórdia e a uma "saudação" ao seu inquilino habitual. Subi