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Showing posts from March, 2007

Lance "The Man" Armstrong

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O que se pode dizer mais deste homem, tão falado pelos feitos desportivos e pelo que representa fora do ciclismo? Vencedor por sete vezes, consecutivas, da Volta a França, campeão do Mundo em Oslo com apenas 21 anos, Lance ganhou notoriedade pela forma como ultrapassou um cancro, mesmo depois de ter recebido a notícia que tinha 30% de hipóteses de viver. Fiel companheiro numa época menos boa, para ele o meu pensamento de hoje. Que contínue a ajudar pessoas por este mundo fora, dando o exemplo que é possível ultrapassar as adversidades. Com Lance aprendemos que até ao ultimo suspiro continuamos vivos, e que a vida é algo demasiado belo para abrirmos mão dela.

O Português "mais grande" de sempre

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No passado fim de semana terminou o "concurso" que pretendia eleger o maior português de sempre. Ainda tive esperanças que o António Aniceto de Vila Nova de Poiares, do alto dos seus 2 metros e 39 centimetros, pudesse conquistar este título mas afinal o "caneco" foi para o homem de Santa Comba Dão, António Oliveira Salazar. Com um critério dúbio (votação por sms) e um lote de finalistas diversificado, com figuras históricas, politicas e culturais, chegou ao fim um foclore que possibilitou constatar algumas factos interessantes. Primeiro, ao ganhar um ditador, pode-se concluir que os portugueses gostam de ser mandados à força. Especialmente porque em 2º lugar ficou um homem que quis impor uma ditadura de esquerda e o Marquês de Pombal, um ditador nos tempos dele, estava no top 10. Segundo, o que dizer de uma votação que coloca Pinto da Costa como o 17º maior português de sempre. Um hino à corrupção? E o José Mourinho como 20º maior português? Como é possível nomes c

Cartas de Iwo Jima

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Que Clint Eastwood já é um realizador de culto é inegável. Fraco como actor nos tempos de jovem, quer como cowboy dos western spaghetti ou como o célebre Dirty Harry do "Make my day, feel lucky punk!", com a idade Eastwood revelou uma faceta que não era esperada. Realizou filmes soberbos como Imperdoável (relançando o western como estilo de cinema em abandono), "Um mundo perfeito", "Mystic River" (abordando o tema da pedofilia) e "Million Dollar Baby". Os trabalhos mais recentes são dois filmes que abordam ambos os lados da batalha de Iwo Jima: "As Bandeiras dos nossos pais" (lado americano) e "As Cartas de Iwo Jima" (lado japonês). Se o primeiro não mereceu grande destaque dos críticos, o segundo foi de tal forma falado que tive curiosidade de o ver. Destaco o excelente trabalho de imagem, com um ar "blurry" que quase que parece um documentário, e o facto do filme se basear num conjunto de cartas encontradas depois

Faith No More

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Benditas tecnologias. Recentemente comprei um ipod para poder trabalhar ao som da musica que aprecio. Desta forma concentro-me com mais facilidade e tenho oportunidade de ouvir cds que ganhavam pó lá por casa e que são impossíveis de ouvir no trajecto diário de casa para o trabalho. Hoje trouxe Faith No More, uma banda dos 80's/90's com uma sonoridade original, que acompanhou a minha juventude universitária. Vi-os ao vivo em 1992, no célebre concerto de Guns'n'Roses de Alvalade, e fiquei "agarrado". Um baixo muito agressivo, uma guitarra bem pesada e uma irreverência na voz, eram os rótulos desta banda pouco conhecida na altura em Portugal. Em pouco mais de 15 anos de carreira deixaram-nos registos como "Midlife Crisis", "Epic", "From Out to Nowhere", "Falling to Pieces", "Small Victory" e um cover delicioso de "Easy". Mais uma grande banda na história do rock.

Ainda a Ota

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Ontem segui o "Prós e Contras" da RTP, para mim o melhor forum de discussão na televisão portuguesa. O tema era a Ota numa prespectiva técnica, num programa com a maior concentração de Engenheiros e Professores Catedráticos por metro quadrado. Aguardava com alguma ansiedade os argumentos a serem esgrimados, já que considero os Engenheiros uma classe com elevado poder de síntese e grande capacidade analítica. No entanto fiquei desiludido com alguns dos argumentos apresentados. Rio Frio é pior porque temos que abater sobreiros (porque não mudá-los de local, como fizeram com as oliveiras do Alqueva), Ota é melhor porque não afecta a bacía Aquífera do Tejo-Sado (apesar da água consumida em Lisboa passar por aquela área), os solos da Ota são lodoso e precisam de estacas para garantir estabilidade (fazer mais de 200 mil estacas é perfeitamente normal), etc etc etc. Admito que sou contra a Ota. Primeiro, porque o custo de transformar aquele local num terreno passível da construção d

Jogos de água

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Este fim de semana a EPAL brindou os seus clientes com um convite - via mail, sinal que as tecnologias estão a chegar aos serviços básicos - para assistir a um concerto na Mãe de Água das Amoreiras, com jogos de luzes, sons e os maravilhosos concertos de água. Num cenário original, que infelizmente não pode ser visitado regularmente, os repuxos de água dançavam ao sabor da musica clássica, ondulando com as cordas ou saltando com os metais. Foi uma tarde diferente, que terminou numa subida ao terraço e no revisitar de paisagens de Lisboa. Parabens EPAL.

Não há coincidências...

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Que o futebol mexe com muito dinheiro não é novidade para ninguém. E que os resultados desportivos têm sido influenciados - tal qual a teoria da "Mão Invisível" de Adam Smith - é um facto. Agora que a comunicação social tem sido conduzida numa campanha bem orquestrada para lançar a confusão no seio da familia benfiquista, já é algo de rebuscado (para alguns) ou tão complexa que parece uma trama do John le Carré. No entanto, depois da vitória na Reboleira, e antecipando o próximo clássico na Luz, a catadupa de notícias que envolvem o nome do Benfica são aos molhos. Eventuais transferências de jogadores, lesionados que não estarão aptos a 9 dias do jogo, um acordão relacionado com o caso Feher e a "possível" multa da CMVM, tudo serve para agitar as águas do lado encarnado. Quando me lembro da célebre notícia do Luis Filipe Viera no 24 Horas sob o processo Mantorras, a outra notícia da escuta que envolvia LFV e o nome do arbitro que ia estar presente no Boavista-Benfic

Ota...ou o novo D.Sebastião

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À medida que o tempo avança e as decisões têm que ser tomadas, aparecem relatórios contraditórios sobre a construção, ou não, do novo aeroporto na Ota. Uns dizem que vai beneficiar o desenvolvimento regional, outro argumentam que é a maior asneira nacional desde a batalha de Alcácer Quibir. Para mim, a unica semelhança da Ota com a ultima incursão portuguesa no Norte de África deve ter a ver com a neblina, muito frequente na zona do futuro aeroporto. Como um cidadão comum tenho a minha opinião quando analiso as possíveis alternativas - Ota, Montijo (em duas versões, fruta ou chocolate) e Rio Frio. Como dois dos locais são antigas bases da força aérea portuguesa, acho importante aproveitar algumas infraestruturas que podem poupar uns €€€ aos cofres do Estado, por isso apenas considero estes possíveis candidatos. Nesta prespectiva, o Montijo ganha aos pontos. A pista é imensa, a localização previligiada face a Lisboa, o relevo é pouco acentuado e os acessos actuais são muito bons. Na Ota

Ó tempo, não voltes para trás...

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Mais um fim de semana que se passou, este felizmente com sol, deixando o inverno para trás e a cheirar à primavera que se aproxima a passos largos. Com o sol saiem à rua os milhares de lisboetas, tal qual leões marinhos à procura de um local para receber o quente do astro rei. Durante a noite de domingo ouvi Pedro Santana Lopes na televisão. Depois do regresso, quase garantido, de Paulo Portas ao seu PP e da impotência dum PSD sem capacidade de ser oposição, Santana espreita a oportunidade de voltar à ribalta. Depois de dois anos sabáticos onde fez de tudo um pouco, é com preocupação que vejo estas movimentações, já que não guardo boa memória da passagem dele por S.Bento. Felizmente vem aí o verão e os portugueses vão ter que se preocupar com as idas à praia e o próximo local de férias, deixando Santana com espaço e tempo para o assalto ao poder no PSD. Já me imagino numa esplanada alfacinha, com sol nos olhos e cantarolando: "Ó tempo, não voltes para trás...".

Georges Guynemer

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O maior Às françês da 1ª Grande Guerra, Guynemer não sobreviveu até ao fim, numa época em que centenas de milhares de jovens pagaram com a vida os erros políticos de uma europa em convulsão, onde cada metro de terra era disputados semanas a fio sem a mínima lógica de guerra. Quando souberam da sua morte, os franceses diziam que o Charles tinha voado tão alto que os anjos não o deixaram voltar a terra. Um excerto curioso (in: http://www.luftwaffe39-45.historia.nom.br/ ): "Em uma manhã de junho de 1917, um solitário Albatros D. III alemão fazia uma patrulha sobre a cidade francesa de Liearval, em busca de uma balão aliado. O seu piloto, o jovem Udet, um promissor ás da Jasta 15, estava a 15.000 pés de altitude quando avistou um ponto a oeste, que, pouco depois ele identificou como sendo um Spad VII francês. O piloto germânico virou em sua direção e avançou diretamente contra o caça aliado - que fez a mesma coisa. Passaram velozmente um pelo outro, a poucos metros de distância. Udet

A inveja

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Se há um sentimento que não gosto, abomino mesmo, é a inveja. Especialmente quando ela existe sem ser declarada, quando alguém tenta denegrir a imagem de uma pessoa ou entidade, minimizando as suas realizações, atacando a seu belo prazer pelo simples gosto de dizer mal. Mas como diz um amigo meu: "A inveja é uma reacção que seres inferiores têm perante outros a quem reconhecem superioridade". Quanto me sinto alvo da inveja passa-me muita coisa pela cabeça: o que fiz para merecer tal tratamento, porque é que as pessoas são assim, como é possível descer tão baixo. E depois relaxo, penso na frase do meu amigo, sorrio e penso que alguém deve estar bem pior que eu...

Audioslave - the end

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Nunca alinhei muito nas modas. Quando o pessoal ouvia Nirvana eu deliciava-me com Soundgarden, quando muitos idolatravam Eddie Vedder eu preferia ouvir Chris Cornell. Pena que este saltimbanco da musica termine mais um grande projecto - tirando Cornell todos os membros dos Audioslave são ex-Rage Against the Machine - e volte a gravar a solo em 2007. Na memória ficam grandes músicas que, a juntar a Black Hole Sun, Spoonman e The day I tried to live, preenchem algum do meu tempo livre.

Sinais

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Não sou um grande consumidor de rádio, confesso. Com o aparecimento do mp3 deixei de procurar na rádio os sons que me animam nas deslocações de carro, mas há um programa que faço tudo para não perder. Gosto muito de ouvir os Sinais, do Fernando Alves, na TSF. Religiosamente o programa começa estou eu quase à porta do emprego e tenho sempre curiosidade em tentar adivinhar qual o tema do dia de hoje. No entanto o Fernando consegue surpreender, destacando coisas tão infímas mas no entanto tão lógicas que me deixam a pensar por largas horas do dia. Dono de uma cultura bem acima da média, com uma capacidade de pesquisa e escrita muito particular, o Fernando consegue captar a atenção tocando em assuntos “perdidos”, encontrados nas colunas esquecidas dos jornais deste mundo como o jogo da “Caça ao emigrante” numa reputada universidade americana ou a descoberta do maior rio subterraneo no México. Foi dele que ouvi uma das frases – ele cita muita coisa, referenciando sempre o respectivo autor -

Paintball - Um hobby ou uma forma de viver

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Este fim de semana decorreu a 2ª jornada da Liga Portuguesa de Paintball. Mais uma vez o meu clube esteve presente com as suas duas equipas, uma no 2º escalão nacional (Amador 7) e outra no 4º (Novice). No final da prova fomos brindados pela brilhante conquista do 1º lugar na categoria Ama7 e um 9º lugar na categoria Novice. Mas o que interessa foi mais um fim de semana passado entre amigos, com risadas, muitos nervos e o sabor de mais uma conquista bem difícil de prever no final do primeiro dia de prova. O fenómeno do paintball em Portugal é algo que dificilmente reúne consenso. Se por ou lado há quem veja isto como um desporto parvo, onde as pessoas brincam às guerras, para outros é um hobby como fazer canoagem ou jogar futebol com os amigos. Para alguns, é um "way of life", como um skater ou um surfista. Depois surge a grande diferença: paintball recreativo ou de competição. O primeiro joga-se por matas e outros terrenos por este país fora, há que use o camuflado da ordem

Adeus campeão

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Só ao terminar do dia de ontem soube da morte de Manuel Bento, grande guarda redes, um senhor do futebol português nas décadas de 70 e 80 e um grande benfiquista. Ao saber da notícia vieram-me as imagens do célebre Alemanha 0 - Portugal 1, do tal golo do Carlos Manuel que nos apurou para o mundial do México. Nesse jogo Bento foi enorme, como todo o grande português sabe ser nas horas mais difíceis, antes quebrar que torçer, defendeu tudo o que podia defender e nunca virou a cara à luta. Como o fez durante mais de 15 anos no Benfica, liderando o "Grupo do Barreiro" e estando presente em mais de uma dezena de títulos, entre campeonatos e Taças de Portugal. Quis o destino que terminasse a sua carreira já em pleno México 86, devido a uma fractura num treino, depois de uma brilhante vitória sobre a Inglaterra, apesar de se ter mantido no activo até aos 38 anos. Depois de uma presença na Gala do 103º Aniversário do clube do seu coração, faleceu no dia seguinte. A familia benfiquis