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Showing posts from November, 2009

E pastar caracóis...?

Depois dos brilhantes comentários do governador do Banco de Portugal a respeito do défice, entretanto desmentidos hoje porque, afinal, as pessoas é que perceberam mal a mensagem, fiquei a matutar sobre as atitudes deste mamífero, que exerce um dos cargos mais importantes para a economia do país. Em vez de se preocupar em traçar linhas orientadoras, o sapiente governador que passou ao lado das maroscas de meio sector bancário em Portugal (BCP, BPP, BPN - estão visto que o padrão B e P é notório) assume que é impossível reduzir despesa e que o défice só pode ser controlado com mais receitas. A este ritmo alguém irá tributar as ideias, os espirros ou, provavelmente, a idas ao W.C. De resto é deixar andar e ver como corre a maré. Ou então sugerir ao governador uma nova profissão no ramo da pastorícia...

Confidencialidades

"Listen carefully, I should say this only once" Com esta frase me transporto para uma das séries de BritCom que mais admiro, o Allô Allô. Assim começavam todas as frases de Michelle, a líder da resistência francesa, quando falava de algo com as diferentes personagens. Imagino que pelos lados de S. Bento a preocupação deve ser a mesma, uma vez que deixámos de saber quem anda pelo meio de uma conversa telefónica a dois. Assim, há que dizer apenas uma vez e esperar que ninguém apanhe à primeira, sob pena de repetir muito o mesmo tema e levantar suspeitas. Com todo o burburinho em volta das escutas (não tem nada a ver com os distinitos membros do CNE e da AEP) finalmente consigo perceber que temos dois pesos e duas medidas em Portugal. Ou seja, qualquer pessoa pode ser escutada após as respectivas formalidades mas para escutar políticos é necessária uma autorização superior, mais complexa e que, provavelmente, apenas serve para deixar alguns de sobreaviso e passarem a ter o cuida

Grande som

Parece que foi o mês passado que ouvi a primeira faixa de Musa - "This time is running out" - e na altura notei logo que havia muita força nesta banda. Este último album é brilhante e só dá vontade de ouvir em alto e bom som. Fica "Uprising".

Intocáveis

No seguimento de um artigo do Mário Crespo para o Jorna de Notícias, onde os recentes acontecimentos de corrupção e compadrio com o poder político atiram ainda mais para o fundo a credibildiade da justiça portuguesa, o autor fala dos "Intocáveis", aqueles que se orientam À margem da lei e que nunca serão castigados, os BPNs, BCPs, Freeports e sucateiros desta vida, que lesam o estado e os cidadãos e continuam impunemente por aí. E lembrei-me de uma série televisiva, com o Robert Stack, cujo nome deu origem a um filme, com Kevin Costner, Sean Connery e Andy Garcia: "Os Intocáveis". Pena que, na altura, o título classificava os agentes da lei que procuravam combater Al Capone e o crime organizado de Chicago, completamente à margem dos arranjinhos que o senhor do crime tinha com as autoridades. Quase 80 anos depois da Lei Seca, e de Elliot Ness, até o título do filme ficou baralhado. Agora os Intocáveis não são os que não se deixam corromper, são os que fugem à lei e

Morte anunciada

Foi com muita pena e algum conformismo que ontem recebi a notícia: a minha antiga empresa onde trabalhei cerca de 9 anos irá abandonar Portugal, ficando simplesmente a gerir a carteira de contratos até acabarem. Os indicadores começaram no final de 2007 e os mais corajosos decidiram cortar os laços de muitos anos ainda durante 2008 mas depois de duas restruturações, e no meio de uma crise que afectou o mercado financeiro, não restam dúvidas que quem mudou - como eu - tomou a decisão certa. Ainda recentemente, num processo de headhunting, me disseram na cara que guardava algum rancor quando falava na saída da GE. Como se fosse possível ter algo contra uma entidade que sabemos que ia desaparecer. Saí bem, para outro grande grupo, mas é impossível esquecer tudo o que passei na empresa onde cresci como profissional e como pessoa. Como esquecer as milhares de horas onde trabalhei ombro a ombro com alguns dos melhores profissionais que conheci, gente de muito talento e que deu tudo, alguns d

O lobo

Foi com muita tristeza que soube da notícia da morte do António Sérgio. Afinal, fora centenas de horas a ouvir o “Som da frente”, na altura dos loucos 80 onde sonoridades como os Bauhaus, Depeche Mode, New Order, Joy Division entre tantos outras bandas e outras tantas no “Lança Chamas”, ao sábado, onde apurei o gosto pelo metal e as guitarradas. Depois, com “A hora do Lobo”, continuavam a chegar as novas descobertas de um dos homens da rádio mais atentos e interventivos que fui ouvindo. Na memória fica aquela voz grave, profunda, que me soava tão familiar e que me fez crescer musicalmente como ninguém. Chegou a hora ao lobo mas o uivo fica para sempre.