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Showing posts from May, 2007

The Last Dispatch

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Em Julho de 2007 os Dispatch vão-se reunir num concerto de angariação de fundos para a população carenciada do Zimbabwe. O que começou por ser um concerto esgotou rapidamente e a banda, separada desde 2002, agendou mais dois concertos no que promete ser um dos reencontros musicais do ano. Fundada por jovens universitários, os Dispatch seduziram-me na primeira vez que os ouvi pela fusão de sons que tocavam, numa mistura de Dave Mathews Band e raggae, com faixas em acústico que fazem lembrar os encontros na praia da minha juventude. Com apenas 4 albuns de originais e alguns registos ao vivo, invejo os sortudos que vão ter hipótese de os rever juntos a tocar "Elias", "Passerby", "The General", "Bang Bang" ou "Two Coins". Para os mais curiosos ficam 2 registos ao vivo, espero que gostem. http://www.youtube.com/watch?v=mmSi_XGiVAE http://www.youtube.com/watch?v=WMD5Pptc-JQ&mode=related&search=

T.E. Lawrence e os desertos deste mundo

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A semana passada fui à feira do livro e precorri as páginas de um romance, ao jeito de biografia, deste inglês que ficou conhecido na história como "Lawrance da Arábia". Enviado pelos ingleses para unir os povos árabes contra o domínio turco, este oficial viveu intensamente a luta dos autoctones, conquistando a sua admiração pela forma como se integrou na cultura árabe. Resignou à sua comissão no final da guerra quando viu traídos os ideais de liberdade que defendia para os seus amigos árabes, em troca de um dilimitar de fronteiras que retalhou o Médio Oriente e onde, ainda hoje, se paga essa asneira. Nestes dias, o deserto voltou a ser centro de atenções, devido à expressão pouco feliz de um ministro de Portugal. Desta vez a areia transbordou da cabeça de alguém vazio de argumentos, como se do deserto de ideias de Mário Lino surgisse um O(t)àsis. Pena que, à medida que nos aproximamos deste "paraíso", o mesmo se esbata timidamente, como uma miragem sob um sol escal

Via Graça

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Ontem a sogra fez anos e como fiquei de organizar um jantar diferente, levei-os ao Via Graça. Sempre achei este restaurante especial, com uma vista única sobre Lisboa, as colinas do Castelo e da Graça, o rio, a Estrela, enfim, uma autêntica varanda da minha cidade. A ementa contínua no seu melhor, com uma oferta reduzida que troca a quantidade pela qualidade, com pratos originais como uma empada de caça ou um pato com lombo de lagosta. A garrafeira mantém-se divinal, apesar dos preços de alguns rótulos mais conhecidos serem pornográficos. Fica a sugestão para aquele jantar mais sossegado, em boa companhia, com tempo para aproveitar a vista e deixar o vinho correr.

Final do Open

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Ontem foi dia de tinta, com a realização da 5ª e ultima jornada do Open de Lisboa. O resultado desportivo não foi mau, com 3 vitórias e 3 derrotas, apesar de em duas delas ter ficado a sensação que podíamos ter feito melhor. A outra equipa do Bando ficou um pouco abaixo mas no global, e considerando que entrámos a meio da época, o Open serviu para entrosar os novos jogadores e dar rodagem para a Liga Portuguesa de Paintball. Como sempre o ambiente foi excelente, com os "manos" e "manas" no seu melhor. Agora só em Setembro.

O Dragão constipado

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Hoje ouvi uma notícia que confirma uma ideia que tenho pensado: todo o mercado accionista está inflacionado pelo sobre-aquecimento da bolsa chinesa. Este clima de euforia bolsista não assenta em pilares sólidos de crescimento económio mas apenas na especulação em torno dos mercados de capitais asiáticos, essencialmente o chinês. Há uns meses o Dragão espirrou e os mercados abanaram, perdendo cerca de 5% em 3 dias, o que para mim foi o sinal para terminar todos os investimentos que tinha em activos de acções. Mas o sinal foi ténue e os indíces voltaram a subir loucamente, sendo que a Bolsa de Lisboa atingiu valores ao nível do que se passava em 2000, numa fase em que a economia nacional sai timidamente de uma recessão grave. Agora falou Alan Greenspan, o mítico presidente - hoje reformado - da Federal Reserve Americana, considerando insustentável toda esta valorização dos indíces e prenunciando uma correcção brusca e dura para o mercado dos capitais. Em Portugal, Cavaco Silva foi acusad

Muitos corvos para um poleiro

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Ao que parece, as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa vão ser as mais concorridas de sempre. Para além dos tradicionais PSD, PS, CDU, PP e Bloco, temos o PND, o MPT, o PNR e os independentes Helena Roseta e Carmona Rodrigues (se alguém foi esquecido as minhas desculpas). Resta saber quanto dinheiro vão custar estas campanhas e como é que as mesmas vão ser financiadas, sendo que uma fatia do custo será suportado pelo Estado na logística deste sufrágio. Esta consulta aos eleitores começou mal. Com a ansiedade de marcar uma data infrigiu-se a lei, nomeadamente o período de 60 dias que possibilita ao cidadão recensear-se e às coligações de se organizarem e levou a um adiamento que atirou a data para um período onde tradicionalmente já se gozam férias, o que não augura nada de bom. Só espero que os lisboetas sejam um pouco diferentes da maioria do país e que participem em massa nestas eleições. Com tanta escolha será difícil não ter alguém com quem se identifiquem, só fa

Tucídides

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Ultimamente tenho perdido horas a devorar a obra deste estadista e filósofo grego: "As guerras do Peloponeso". Com uma precisão mixta de jornalista e estratego, Tucidides - que esteve no lado Ateniense até ser exilado devido a uma derrota - descreve o que foi considerado o primeiro conflito de larga escala do mundo ocidental. De um lado estava a magnífica Atenas de Péricles, dona de uma império marítimo invejável, com uma marinha sem par no Egeu e onde os ideais da democracia pulsavam na sociedade. O tributo exigido às Cidades-Estado alimentava uma economia em crescimento e projectava a cidade como líder da cultura helenística. Do outro a orgulhosa Esparta, cidade regida por dois "reis" eleitos, num sistema oligarca onde a cultura militarista caminhava ombro a ombro com uma sociedade esclavagista, pilar da economia espartana. Formidável em terra, tímida no mar, Esparta liderou uma aliança de Cidades-Estado que invejavam ou temiam Atenas, onde se incluíam Tebas, Corí

Incursão ao norte

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Regressado de umas mini-férias pelo norte do país, com uma breve passagem por terras da Galiza, as saudades do blog já apertavam. Adoro tirar uns dias para mudar de ares, recarregar as baterias e ver (ou rever) novas terras. Desta vez rumei a Valença do Minho e vim surpreendido por várias razões. Primeiro, os espanhois estão em todo o lado. Seja no fim de semana como durante a semana, o corropio de viaturas conduzidas pelos "nuestros hermanos" não pára. Sinal que deste lado há algo mais apetecível para ver, comprar ou simplesmente desfrutar. Segundo, quando comparadas com o norte de Espanha, as nossas vilas minhotas estão magníficas, bem mais limpas e organizadas, com os centros históricos ordenados e arranjados, sinal de que, finalmente, os portugueses estão a ficar mais civilizados e a preservar o que têm de melhor: a sua cultura e identidade. Finalmente, o Minho na primavera é deslumbrante. Passei por sítios tão esquecidos como Castro Laboreiro ou a Serra da Peneda e o ver

Encontrar uma agulha no palheiro

Quando esta tarde recebi um telefonema de um antigo vizinho, achava que se aproximava mais um jantar dos nossos. Regularmente encontro-me com alguns amigos de longa data e respectívas conjuges, matando saudades de uma infância que já vai longe e partilhando as novidades pessoais e profissionais de cada um. Como estava numa reunião rejeitei a chamada e apontei mentalmente para lhe devolver o telefonema, mas com o corropio da tarde as horas passaram. Eis que, antes de jantar, o meu amigo voltou à carga. Brincadeira do costume, conversa de algibeira e eis que recebo uma notícia que me fez sorrir de orelha a orelha. Num encontro profissional, este meu amigo deparou-se com um antigo vizinho, cujo rasto estava perdido no final da década de 90. Sem telemóveis na altura, o contacto perdeu-se numa troca de agendas. Apesar de morarmos na mesma cidade, quis o destino que nunca mais nos cruzássemos. O Julio foi daqueles grandes amigos de juventude, partilhando brincadeiras, o gosto pelo ZX Spe

Sir Winston Churchill

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Sempre respeitei muito a figura de Churchill pelo que representou na 2ª guerra: uma intransigência na guerra contra os nazis, um defensor da liberdade de expressão e um crítico do comunismo, que viu emergir nas ruínas da Alemanha do pós-guerra. Com uma longevidade surpreendente para a vida que levou, faleceu com 90 anos, Churchill esteve em todos os conflitos que envolveram o Reino Unido desde o tempo Vitoriano, destacando-se a Guerra dos Boers na África do Sul e a 1ª Grande Guerra, onde serviu nas linhas da frente. A sua audacidade sempre foi defendida, segundo ele, pelo destino. Na sua biografia, ele sempre se achou "escolhido para realizar grandes feitos e nunca se imaginou morto nas trincheiras da Flandres." Dono de um sentido de humor 100% britânico, fumador obsessivo e amante das coisas boas da vida, foi autor de muita citações, discursos e piadas que, ainda hoje, me trazem um sorriso aos lábios. Se tiverem oportunidade, não deixem de ler a sua biografia, foi um homem n

A ilha esmeralda

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Ontem assistimos a um facto histórico que me encheu de alegria. Finalmente, católicos e protestantes colocaram de lado as querelas antigas e decidiram unir esforços na constituição de um governo para a Irlanda do Norte, no que aparenta ser o primeiro passo de uma possível reunificação. O apadrinhamento desta ocasião pelos líderes de Londres e Dublin mostra que todos os intrevenientes estão alinhados, e que nos próximos anos a ilha volte a ser um único país de novo. "One island, one flag, one country." Ao ver a notícia lembrei-me de uma conversa num pub em Temple Bar, em 2000, onde um pacato cidadão da Républica me dizia: "Um dia, os tipos do norte ainda vão pedir para serem reunificados." O facto é que a economia da Irlanda está muito forte, cresceu a um ritmo alucinante nos ultimos 20 anos, enquanto o Ulster foi "abandonado" pelo governo inglês, recebendo menos apoios estatais, com uma economia industrial decadente e taxas de desemprego de 2 dígitos. Enqu

Alfacinha...com muito gosto

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Estes ultimos dias têm dado o sinal que a Primavera já passou e não tarda nada temos o Verão para nos fazer companhia. Quando o calor aperta apetece-me passear pela minha cidade, sentar-me numa esplanada, visitar miradouros nas diversas colinas, deliciar-me com o rio que abraça Lisboa onde quer que nos encontremos e vaguear pelas ruelas e praçetas alfacinhas. Nestes dias - e noites - a vontade de voltar a casa é pouca e lembro-me dos tempos de estudante. Com as férias do verão chegavam as noites intermináveis, onde se trocavam opiniões, bebiam-se as primeiras taças de sangria ou se cantarolavam as musicas da moda ao som de uma viola. Só me apetece sair, sair de casa e cheirar a minha cidade, ver os milhares de pessoas na rua, embebedar-me com as cores e pensar que não há melhor cidade do que Lisboa.

Como ser líder num mercado competitivo

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Esta semana estou "afogado" num workout de "Lean". A tradução em português mais parecida será "elegante" ou "esguio" e reflecte uma metedologia que a Toyota desenvolveu nos finais da década de 80 para dotar as suas fábricas de meios para a competitividade que se adivinhava no futuro. Sempre tive uma enorme simpatia pela marca Toyota, ultimo dos grandes construtores japoneses a sobreviver às fusões e aquisições que lançaram o sector automóvel numa enorme confusão durante os anos 80/90. Curiosamente, com uma estratégia de marca muito ambiciosa - que se traduziu na marca Lexus nos Estados Unidos - e uma aposta imensa em Investigação e Desenvolvimento, a Toyota assume-se hoje como o maior construtor mundial do sector, destronando a General Motors em 2006. Tem a maior linha de montagem de viaturas hibridas, com o Prius, lançou um Lexus hibrido e durante 2007 vai ter disponível no mercado americano o Toyota Camry hibrido. Uma comunicação ambiciosa, ass

Momento de humor

Hoje recebi hoje um mail que dá que pensar, transcrevo-o na integra: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO : "O dono do talho ficou espantado com a entrada de um cão dentro da loja. Enxotou-o, mas o cão voltou logo de seguida ; tentou novamente espantá-lo,quando de repente reparou que o cão trazia um bilhete na boca. Pegou o bilhete e leu : -Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor ? O cão trazia também dinheiro na boca, uma nota de 50 euros. Ele pegou no dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou-o na boca do cão. Este começou a descer a rua, e quando chegou ao cruzamento depositou o saco no chão, pulou e carregou no botão para o sinal ficar verde. O talhante ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiufechar a loja e seguir o cão. O animal atravessou a rua e caminhou até uma paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo. Esperou pacientemente com o saco na boca que o sinal fechasse e pudesse atravessar. Na paragem, o cã

MapMyName.com

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É um projecto engraçado que visa perceber quantas pessoas andam pela web e compreender os pressupostos do marketing viral. Cada pessoa regista-se e pode promover o site a amigos, pode relacionar-se com pessoas já existentes e trocar algumas mensagens. É uma plantaforma engraçada porque está assente no googlemaps, logo podemos localizar-nos na nossa rua, se quisermos. O meu link é este, se quiserem entram como meus "patrocinados". http://www.mapmyname.com/?id=15282 Senão, apareçam por lá na mesma.

De novos as Regiões

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Nos ultimos dias a Regionalização voltou a ser tema de discussão, especialmente por causa do movimento onde pertence Mendes Bota, o deputado cantor, assaz defensor da causa regionalista do Algarve. Em pleno Atlântico, o vice-rei da Madeira diz que as próximas eleições são um plebiscito à independência da Madeira e um sinal a dar ao Nacional-Socialismo que prolifera no continente. Se ao Alberto João já não lhe dou muito crédito, no caso do Mendes Bota reflecti um pouco sobre este tema e revi muito do que pensei na altura do referendo. Já tive oportunidade de escrever na altura do referendo do aborto que isto de "lavar as maõs" dos temas polémicos é um gasto de dinheiro para o estado e uma forma de desresponsabilizar o poder político. Qualquer dia vamos ter um referendo sobre a Ota, se o tema começar a causar ainda mais polémica. Mas voltando ao tema da Regionalização, confesso que sou um fiel defensor desta reorganização territorial aqui no burgo, mas com algumas condicionante

Os cavalos também se abatem

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Depois de ver o Liverpool-Chelsea de ontem começei a pensar nas semelhanças do clube de Mourinho com o meu Benfica desta época. Mas o que é que estes dois clubes têm de semelhante? Enquanto o clube inglês tem um treinador adorado pela massa associativa, tem contratações sonantes e rios de dinheiro para comprar o que bem entender, o Benfica, por outro lado, tem um Fernando Santos que foi contestado por parte dos adeptos desde o inicio do campeonato, sem chama e não tem muito dinheiro. No entanto, as semelhanças entre eles são evidentes. Nas ultimas semanas ambos perderam o campeonato (estão no discurso do matemáticamente possível), ambos não conseguiram um título europeu e ambos estão recheados de lesões, fruto da utilização excessiva de alguns jogadores que, pela importância que têm, não podem descansar. Nestes dias Simão Sabrosa foi alvo de uma cirurgia e não joga até ao final da época. Do outro lado, Ricardo Carvalho acabou precocemente a época por lesão, depois de ter sido uma pedra