Tucídides
Ultimamente tenho perdido horas a devorar a obra deste estadista e filósofo grego: "As guerras do Peloponeso". Com uma precisão mixta de jornalista e estratego, Tucidides - que esteve no lado Ateniense até ser exilado devido a uma derrota - descreve o que foi considerado o primeiro conflito de larga escala do mundo ocidental.
De um lado estava a magnífica Atenas de Péricles, dona de uma império marítimo invejável, com uma marinha sem par no Egeu e onde os ideais da democracia pulsavam na sociedade. O tributo exigido às Cidades-Estado alimentava uma economia em crescimento e projectava a cidade como líder da cultura helenística.
Do outro a orgulhosa Esparta, cidade regida por dois "reis" eleitos, num sistema oligarca onde a cultura militarista caminhava ombro a ombro com uma sociedade esclavagista, pilar da economia espartana. Formidável em terra, tímida no mar, Esparta liderou uma aliança de Cidades-Estado que invejavam ou temiam Atenas, onde se incluíam Tebas, Corínto e Argos, entre outras.
Durante cerca de três décadas ambos os lados se degladiaram. Atenas manteve a sua superioridade no mar mas foi perdendo influência no território continental, até à sua derrota final. Vital foi o auxílio da Pérsia à Liga liderada por Esparta, que fomentaram a rebelião das cidades vassalas de Atenas, negando-lhe o tributo vital para a continuação da guerra.
Os pilares da democracia ateniense abanaram com a derrota e morreram com a unificação da Grécia por Filipe da Mecedónia. Foi preciso esperar mais dois séculos para assistirmos a uma Républica governasse um império.
Para os fanáticos de história, um livro a não perder.
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Abraço