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Showing posts from March, 2016

Caldeiradas, banqueiros e outras confusões

O país irmão do outro lado do Atlântico continua a ferro e fogo, entre ações judiciais e comícios pro e contra o cefalópede, a moralidade refugia-se timidamente numa barra de um tribunal, enquanto os arautos da revolução que ainda vão cair maduros, pedem apoio à dupla que já fez mais historia que Dempsey e Makepeace, Ike e Tina Turner ou, quiçá, o Roque e a amiga. Neste braço de ferro entre o poder politico e o judicial, entre corrompidos e justiceiros, vamos ver qual o lado que verga e a que preço para o país. Por cá, os responsáveis das corporações - industria, turismo, agricultura, entre outros - temem que os espanhóis conquistem, pela banca, o que falaram em Aljubarrota e depois 1640. Curioso que, agora, a virtude de ter uma banca nacional é vista como uma vantagem competitiva, como uma forma de independência económica capaz de disfarçar as fragilidades de produtividade e competitividade das empresas. O que me assusta é que todos os casos com bancos portugueses, póscrise finan

Laranja mais amarga

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Quando comecei a ver futebol internacional com mais atenção estávamos no Euro 1982, a prova espanhola que se eternizou na minha geração com o "Naranjito". Nessa altura já ele tinha arrumado as botas como jogador, mas as cadernetas dos cromos e as imagens possíveis da altura idolatravam a laranja mecânica e Johan Cruyff. Como treinador já foi diferente, a sua escola quer na Holanda quer no Barcelona deixou marcas, e dizem os mais velhos que estava num patamar só possível para os eleitos. Numa altura em que o futebol era de massas mas os jogadores não ganhavam muita massa, onde o culto da imagem não movia milhões e os fãs não se contavam pelos likes no Facebook, brilhou Cruyff. Depois de Di Steffano, de Eusébio, apagou-se mais uma estrela que marcou o desporto rei. Que bela equipa se está a formar no "outro lado"...

O adeus ao palco

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Vi vários papeis do Nicolau Brayner, e reconheço-lhe muito do mérito do que foi feito em televisão e cinema em Portugal desde a revolução. Infelizmente vemos os anos passar quando algumas referencias, que me habituei a ver em criança, envelhecem comigo. Por outro lado, ao ver a noticia dois outros factos mexeram mais comigo. O primeiro foi 1940, ano do nascimento do meu pai, o segundo a morte por doença cardíaca, a relembrar-me o enfarte que o meu pai teve no passado Dezembro e quão depressa a vida se pode sumir. de um dia para o outro. Sei que a morte é a única certeza que temos, e que o legado que o Nicolau deixou é enorme. Por outro lado, acredito numa vida bem vivida, com prazer pelo trabalho, pela representação, pela arte. Um grande bem haja, onde quer que ele esteja, porque com toda a certeza vai honrar um grande palco numa outra vida. Fica a personagem dele que me traz memórias de uma infância, também ela já com mais de três décadas.

Familia Moderna III

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Depois dos casamentos e das adoções, que já fizeram o gáudio da esquerda da Tugolândia, creio que o proximo passo no fim da discriminação sexual, é rapidamente legislar sobre o tema dos animais de companhia, e dos seus direitos relativamente ao património do dono quando o mesmo falece. Isto porque, e ao contrário de muitos casamentos, nunca vi um gato pedir uma separação de bens ou discutir a tutela das crianças. Um caso que poderá fazer jurisprudência é a separação do Nuno e da Ana, onde para além da tutela da prole, também ficou acordado a custodia partilhada das cadelas. Ainda pensei que esta conquista tivesse sido feita à custa um TIE e uma Estrela da Morte, mas nas noticias nada foi referido relativamente aos legos do Nuno. Com esta proximidade nos direitos dos animais, parece que estou a ver que casamentos podiam advir daí. Isto porque, tendo Jesus tido dois pais, teve uma vaca, um burro e muitos cordeiros à volta, bem como alguns animais da capoeira. Assim, levanto o vé

Rivalidades

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Família Moderna - parte II

Nos últimos dias discute-se o Macdonalds e os brindes do happy meal, se é correto separar os transformers para os meninos e os pôneis para as meninas. Uma certa esquerda chama a isto descriminação, a realidade é que uns brincam de forma diferente do que outros, e é difícil, quiça um pouco anti-natura, querer dar o Dinofroz à menina e as Jynx aos meninos.  Há uns dias o meu garoto dizia que, quando crescesse, queria ser solteiro, para não ter que se preocupar com namoradas. Além de um sentimento precoce, pela tenra idade, em vez de me preocupar com a orientação da criança só tive vontade de lhe dizer : "aproveita, o pai só assentou depois dos 30" , joga à bola, vê os desenhos animados que quiseres e brinca com o Star Wars, que vais ter tempo para pensar nisso. Este compromisso que querem por nas crianças, em que se vêm namoradas aos 3 anos, ainda acabam com o Macdonalds a distribuir preservativos e lubrificantes nos happy meal, patrocínio daqueles que teimam em achar que todos

A mente humana assusta

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Há atores que viverão sempre dentro de mim, quer seja pelas personagens de alguns filmes de referencias, quer seja pela imagem projetada que temos deles ao longo da carreira cinematografica e dos diversos papeis interpretados.  Há uns anos escrevi por aqui que "O clube dos poetas mortos" foi dos filmes da minha vida, vi-o com 17 anos, em pleno 12º, e identifiquei-me bastante com as duvidas e as escolhas que um teenager tem que fazer numa altura tão precoce da vida. Nesse filme, o professor Keating era tudo aquilo que um estudante podia desejar, e nunca mais deixei de ver o Robin Williams sem me recordar do "carpe diem". A sua morte deixou-me surpreso, como é que um dos reis da comédia, aquele ator que transparecia boa disposição e confiança, que encantou em Mr.Doubtfire, que foi o Peter Pan adulto, que esteve brilhante em "Despertares" ao lado de Robert de Niro, chegou a um extremo que levou a suicídio.  Foi dos melhores de sempre no seu estilo, e