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Showing posts from February, 2008

R.P.M.

Rotações por minuto, ou como os ginásios gostam de classificar, Raw Power in Motion. Sessenta minutos de musica bem alta, bastante esforço e muita caloria perdida, num desafio constante à performance de cada um. Sempre foram aulas que gostei de fazer e hoje, particularmente, soube bem chegar cedo a casa, trocar de roupa, agarrar no saco e pedalar durante uma hora. O ritmo foi mais calmo, afinal há que retomar a forma até começar a queimar em rotação elevada mas Março promete.

Operação Pantera II - O regresso

Um amigo de longa data classificava cada "época" de ginásio como a operação pantera. Ou seja, o momento em que se planeava trabalhar para obter uma melhor condição física até chegar ao nível do felino. Hoje voltei a um ginásio depois de cerca de onze meses de paragem. A carga não foi muita, trinta e cinco minutos de trabalho cardiovascular, a adivinhar sessões mais duras, mas a sensação quando cheguei a casa foi bastante reconfortante. Foi fantástico sair do trabalho às 18.25, chegar a casa em sete minutos, trocar o fato por uma roupa mais casual e rumar para o exercício. Amanhã é dia de aulas mas as três sessões semanais já estão planeadas e vão com certeza melhorar o meu estado de espirito e perder os quilitos em excesso. Aos mais sedentários, recomenda-se a prática do exercicio. A saúde agradece.

Renascer

O ar apressado com que fazia o nó da gravata disfarçava algum nervosismo, afinal ia ser o primeiro dia no novo emprego. Há meses que não vestia um fato, pelo menos como "uniforme" diário. A ausência do carro fê-lo dirigir-se para a paragem da carris, seguindo um percurso previamente estudado na internet e que, matemáticamente, foi cumprido com um rigor que surpreendeu quem há muito tempo não andava de autocarro. Com um passo decidido entrou, mostrando a confiança de uma pessoa madura e experiente mas tentando perceber como era recebido, sentindo a avaliação que lhe era feita em cada olhar. Algumas caras já familiares saudaram-no, vieram as apresentações e os cumprimentos da praxe e um desenrolar de nomes que vão demorar a decorar. Depois os primeiros conceitos, as primeiras informações. Os próximos dias vão ser intensivos, numa tentativa de chegar depressa a um patamar onde a maioria já se encontra, mas o peso nos ombros ficou de definitivamente para trás. Ao terminar a tar

Heavy Metal

Para quem estudou nos 80s, a presença do Heavy Metal era uma constante. Os sons duros das guitarras marcou o meu tempo de liceu, e nessa altura uma banda sobressaía face a todas as outras. Os Iron Maiden foram precussores dum estilo quase "harmónico", abdicando de uma guitarra ritmo declarada para nos oferecerem momentos sublimes de solos simultâneos, de autênticas pérolas de harmonia nos duetos de Adrian Smith e Dave Murray e o "cavalgar" do baixo de Steve Harris. Apesar do primeiro albúm ser datado de 1980, com um Paul Di Ano na voz que apenas estaria presente nos dois primeiros , os Maiden gravaram a sua primeira demo em 1978, há três décadas atrás. Mas foi Bruce Dickinson que a banda se assumiu como um lenda do Metal. Este estudante de história influenciou momentos chave dos Maiden, como o album Powerslave - com uma referência ao Antigo Egipto - ou a faixa Aces High - uma referência à Batalha de Inglaterra de 1940. Passaram uma fase menos com a saída de algumas

Madagascar

Tenho passado ao lado dos filmes de animação infantis dos últimos tempos mas à conta de uma colega fiquei curioso para ver este filme. A animação e os textos são excelentes e os pinguins são fabulosos. Encontrei este compacto com algumas cenas do filme que, apesar de soltas, conseguem deixar qualquer um bem disposto. E lembrem-se, quando as coisas estão mais complicadas e alguém vos chateia: "Just smile and wave, boys, smile and wave".

Cymry

Li a primeira esta palavra nas obras arturianas do Stephen Lawhead. Na altura era usada para identificar os bretões da zona do País de Gales, os que deram origem à cultura romano-bretã depois da retirada das legiões de Roma. No entanto, Lawhead transforma os Cymry em mais do que um povo, usando a expressão para classificar os companheiros de armas, irmãos, criando a base do que muitos autores chama a távola redonda e os cavaleiros do Rei Artur. Hoje despedi-me dos meus Cymry com um mixto de tristeza e orgulho. Tristeza porque vão travar as próximas "batalhas" sem mim mas orgulhoso porque sei que se vão bater para atingir os desafios propostos. Abandonei as fileiras emocionado com o momento mas, no fundo, nunca deixarei de estar presente. Obrigado pelo dia.

O último dia

Hoje termina a minha carreira na General Electric. Curiosamente, passaram 8 anos, 8 meses e 8 dias desde 14 de Junho de 1999, data em que me apresentei em Sesimbra para um curso de gestor de negócios. Foi o principio de uma jornada que me fez trabalhar em quatro áreas distintas, desde a comercial auto ao marketing, passando pela qualidade e terminando no crédito pessoal. Cresci muito como profissional e como pessoa, lutei contra a minha doença enquanto lá estive e tive o previlégio de trabalhar com alguns dos melhores profissionais que conheci. No entanto, a vida é feita de decisões, e esta foi das mais dificeis que tomei. Mudo para outra grande empresa, de um sector diferente, num autêntico ctrl+alt+del da minha vida. Deixo para trás um cargo de direcção, conquistado a ferros e com muito trabalho, para abraçar um projecto em que volto à base da pirâmide. O futuro dirá se foi uma boa decisão, mas senti que precisava de provar a mim mesmo que sou capaz de ultrapassar um novo desafio, se

Intemporalidade

Uma das coisas que adoro na musica é que, apesar do passar dos anos, há bandas e registos que nunca se esquecem. Ontem, a deambular pelo Youtube encontrei essa surpresa. A musica é de 1983 (tem cerca de 25 anos) e os australianos Men at Work estiveram presentes em muitas das minhas muitas noites, quer com este "Overkill" quer com as conhecidas "Who can it be now" e "Land Down Under". Ainda hoje o Plateau mantém a sonoridade dos 80, na altura em que começava a sair à noite, num tributo a uma década musicalmente fantástica. Faz bem recordar.

Reflexão

20.10 O carro entra lentamente na garagem e os movimentos do condutor revelam o cansaço de mais um dia de trabalho. O ritmo foi acelerado, bem mais do que o desejado na contagem final para a ansiada despedida. No final da tarde mais uma surpresa: o reconhecimento de um excelente desempenho em 2007 perante uma larga plateia, quando na altura o adjectivo utilizado era mediocre. O relembrar do comentário trouxe-lhe um sorriso nos lábios, enquanto ouvia os acordes finais de uma faixa de Dave Mathews. O almoço foi mais um momento de descontração, como têm sido desde meio da semana passada. A oportunidade de partilhar uma refeição com os amigos mais próximos, num misto de resignação e optimismo com a mudança, naquela esperança de manter o contacto mas com o sentimento que algumas relações não voltarão a ser as mesmas. As palavras amigas preenchem o vazio que vai aumentando, confortam o nervoso miudinho de quem deixa uma rotina que se arrasta à anos. Resta esperar pelas novas caras e desafios

Hipocrisia

Não sou acionista do BCP nem tenho pena dos especuladores como o Comendador insular, mas perante os resultados apresentados pelo Banco ontem ficaram-me dois números na memória. 1º Foi decidido não remunerar os accionistas na terceira tranche de dividentos, previamente acordada, o que representa uma poupança de cerca de 90 milhões de euros que ficam nos resultados do banco. 2º Os custos com as indeminizações e as reformas dos 7 membros do anterior conselho de administração atingiram um valor próximo dos 80 milhões de euros. Salve-se a contenção salarial na actual administração do banco, que a partir de agora aufere o mesmo que o director geral, terminando deste forma com o tempo das vacas obesas na BCP. Felizmente é uma empresa privada, o maior banco privado de Portugal, e não sou eu que suporto estes milhões todos. Sempre me recusei em ter conta neste grupo, inclusive cancelei uma no BPA para fugir ao polvo, mas é giro constatar que "trutas" existem em todo o lado, mesmo naqu

O direito à liberdade

Acordámos hoje com o efeito da auto-proclamação da indenpendência do Kosovo. Ao contrário do nosso movimento republicano, os Kosovares não tiveram um regicídio. Bastou um piscar de olho ao presidente mais idiota da história dos Estados Unidos e a sensação de mais um "passar a perna" aos rivais russos para ver esta manobra reconhecida internacionalmente. No entanto, ainda há que tenha dois dedos de testa (não os que usam o combustível Galp, aqueles que ainda pensam nas consequências dos actos) e vejam para além do simples acto de querer ser independente. Por todo o mundo ocidental temos situações regionais que podem, num extremo, culminar numa situação semelhante à do Kosovo. Desde os índios mexicanos de Chiapas, passando pelos os bascos em Espanha e os Irlandeses do Ulster ou a Tchetchénia, que luta pela separação da Federação Russa, deparamo-nos com vontades de regiões ou grupos étnicos que querem divergir do poder central. E o verdadeiro barril de pólvora está para rebentar

As cartas

O novo presidente estava nervoso na sua tomada de posse. Durante o protocolo teve oportunidade de falar com o presidente cessante, que lhe disse amavelmente, com um sorriso: "Deixei duas cartas na sua secretária, numeradas. Quando tiver uma crise da qual não vê saída possível, abra a primeira. Se, no futuro, outra situação grave aconteça recorra à segunda". Um pouco intrigado, o novo presidente guardou as cartas no seu gabinete enquanto começava a sua governação. Passado algum tempo surge um problema para o qual não tinha solução. O presidente tentou reformas com novas políticas, acordos económicos mas mesmo assim não conseguiu ultrapassar a crise política. Então lembrou-se da conversado dia da tomada de posse e abriu a primeira carta. Lá dentro uma folha de papel com a seguinte mensagem: "Culpe o seu antecessor". E assim foi, o presidente teve discursos inflamados, salvaguardando a sua posição e culpando as políticas e as decisões do antigo presidente. Quando a seg

Coragem

O que leva uma mulher de 30 anos, bem sucedida profissionalmente, bonita, cortar com o que tem e ir viver uma experiência de voluntariado num país africano? Fiquei boquiaberto quando me contou a novidade e espero que tudo lhe corra bem. Acredito que o faça com o altruísmo de quem se entrega a uma missão destas, com o sentimento que pode fazer a diferença numa parte do mundo onde tanta coisa falta, onde há tanto por fazer. Parte para a semana e só regressa no verão mas espero que esta nova etapa da sua vida lhe corra bem. Miuda, boa sorte e sê feliz.

Sons da Irlanda

Hoje de manhã apetecia-me ouvir um som diferente. Sem ver o título nem o autor, tirei um cd de uma prateleira e na dei por mim a caminho do trabalho a cantar "The Pogues". A musica tem décadas e lembra-me as noites no O'Gilins no Cais do Sodré e das pints de Guinness a escorrerem em Galway e Dublin. Alguns dos originais ficaram para a história como belos exemplos de Irish Folk, como este "Sally Maclennane ".

Novidades da tinta

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No passado fim de semana realizou-se a 3º etapa do Open de Lisboa, onde o "Bando" esteve presente com três equipas quase na máxima força. No final da prova um feito inédito: as três equipas fizeram pódio, com um terceiro lugar na CPL para o Bando de Irmãos 7, um 2º lugar para o B.I. 5.2 e um 3º para o B.I.5. Na classificação geral os manos mais velhos batem-se com uma concorrência mais agressiva e estão em 7º lugar o que é francamente positivo considerando que não arbitraram uma prova. Os 5.2 em 4º lugar, a lutarem por uma presença no pódio e o B.I. 5 a liderar a divisão M5. Ainda faltam duas etapas e muita tinta vai correr. Continuação de boa sorte e muito treino.

Primárias nos Estados Unidos

Na contagem decrescente para que o país mais poderoso do mundo substitua o pior presidente de sempre, tenho seguido as primárias americanas com uma curiosidade diferente de todas as anteriores. Do lado Republicano é giro ver que o candidato que aquele partido e o actual presidente não gostavam ser líder incontestado para as eleições presidenciais. Num extremo, se McCain for o próximo presidente sabemos que será bem diferente de Bush. Nos Democratas assiste-se a uma luta renhida entre a ex-primeira dama e agora aspirante a presidente e o Martin Luther King dos tempos modernos. Obama começou as primárias com ligeira vantagem, deixou-se ultrapassar quando perdeu a California mas os sucessos dos ultimos estados mostram que se vai bater até ao fim. Confesso que o prefiro a Hillary, até porque a seguir ao "felatio" mais famoso da Casa Branca acho que iremos ter outras "brincadeiras" do clá Clinton na sala oval. É isso e ouvir Bill Clinton dizer que nestas eleições está a

Quo Vadis, saúde?

Depois do meu último post ponderei durante largas horas como é possível pessoas cada vez mais novas terem problemas graves de saúde que, por vezes, terminam no seu óbito. O choque de de ontem relembrou-me a notícia do enfarte do meu amigo Tuna, também com 35 anos. Felizmente para ele, conseguiu aperceber-se que algo estava mal e entrou pelo próprio pé nas urgências de S. José e não ganhou para o susto. Hoje leva a vida com outro ritmo, consciente que depois daquele dia as coisas não voltarão a ser as mesmas. Todos sabemos que factores de risco como a obesidade, a falta de exercício, o tabaco, as directas, o stress, o "forçar o limite" no dia a dia colocam em sobre-esforço o nosso organismo. Para alguns, infelizmente, não há uma segunda hipótese. O ter lidado de perto com uma doença que não controlamos, e que pode ser mortal, deixa-me apreensivo com a forma como as pessoas lidam com a sua saúde. Não temos que ser piegas, há alturas para trabalhar no duro, há alturas para desca

Até sempre, amigo

Ao ver o email nem queria acreditar na notícia. Um colega de faculdade faleceu no final de Dezembro, fruto de um ataque cardíaco que o levou com 35 anos. Foi daquelas amizades que, não sendo próximas, se foram mantendo. Lembro-me do cabular num exame de cálculo infinitésimal, aquele cadeirão que só dava trabalho e para pouco servia, onde trocámos notas e folhas de rascunhos para no final sacarmos o 12 que tanto queríamos. Ainda nos cruzámos várias vezes depois da faculdade, em almoços de ex-colegas onde brincava com o excesso de peso que a malta casada tem tendência a desenvolver. Era um paz de alma e um tipo exemplar, amigo do próximo e sempre bem disposto. Até sempre Rudolfo.

Ventos de mudança

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"This is not the end. It is not even the begining of the end. But it is, perhaps, the end of the begining." As palavras de Churchill ressoavam na minha cabeça enquanto a minha mão assinava aquele contrato. Não havia hipótese de voltar atrás e um turbilhão de emoções encheram-me o peito, as memórias dos últimos anos, das conquistas, das desilusões, dos amigos que já partiram e daqueles a quem irei dizer adeus. Com calma e muito sangue frio levantei a cabeça e assumi-o: basta de ser enganado, criticado quando se dá tudo e, olhando em redor, vejo quem se paute pela mediocridade e não tenha por isso o dedo a apontar. Chega de ser o bonzinho, o colega bonacheirão que, contra ventos e tempestades, arregaçava as mangas e remava até não poder mais. Por um lado sentía-me um rato a abandonar um navio que sinto seguir sem rumo, por outro um condenado às galés que teve a hipótese de tirar as grilhetas. Vamos ver o que trazem os novos ventos e se me levam a bom porto.

Radiohead

As ilhas britânicas sempre foram pródigas ao nível musical, dando à luz muitas e boas bandas. No inicío dos anos 90 o Radiohead trouxeram um som original, misturando a distroção das guitarras com uma voz sublime e letras muito bem trabalhadas. São daquelas bandas que marcam uma geração e que sobreviveram aos anos, mantendo uma discografia actual e em constante evolução, produzindo albuns pensados. ao contrário de muitas bandas que trocam a qualidade pelo sucesso comercial. O album The Bends tem, para mim, alguns dos melhores temas da banda, entre os quais High and Dry . É sempre bom relembrar...

Analfabrutos

Ontem assisti na SIC a uma reportagem sobre analfabetização em Portugal e ficaram-me dois números na cabeça. No censos de 2001 Portugal tem 9% de analfabetos, a maior percentagem da União Europeia. No entanto, segundo números de 1875, Portugal tinha 75% da população sem saber ler nem escrever, apesar dos grandes vultos literários do século XIX. Nessa altura a vizinha Espanha ficava-se pelos 65% enquanto a Alemanha e os países nórdicos tinham uns modestos 5% de analfabetos. Ou seja, 126 anos depois, estamos pior que esses países em 1875. Isto mostra de facto o desvio gigantesco que temos face aos melhores. Se considerarmos que em 25 anos atingímos a marca dos 5% podemos dizer que levamos 3 ou 4 gerações de atraso. A viva prova disto reflecte-se na sociedade portuguesa já que, apesar de 91% estarem noutro patamar, a cultura do chico-espertismo e do compadrio abunda no nosso país. Se olharmos para a classe política conseguimos perceber que, apesar de saber ler e escrever, os escrúpulos e

Aniversário atrasado

A cabeça não sossega e o ritmo dos dias deixou-me passar o primeiro aniversário d'A ultima jornada. Parece que foi ontem que comecei este projecto, que me abosrve nos dias bons e me obriga a recuperar nos momentos maus. Um local de partilha com amigos e companheiros da blogosfera, com coisas mais ou menos interessantes mas que têm muito a ver com o Mestre. Foi o ano diferente, sofrido e sorrido, ansioso e alegre, mas sempre vivendo uma jornada de cada vez. O primeiro ano encontra-me demissionário e a 3 semanas de mudar de desafio, nada disto me parecia verdade em Janeiro de 2007 mas é a vida. Vamos ver como correm as jornadas de 2008.