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Showing posts from June, 2008

Ragnarok

O crepúsculo dos deuses nórdicos, o último dos primeiros dias ou o primeiro dos últimos, o dia em que o mundo mudaria para sempre. Segundo a mitologia nórdica, o choque do bem e do mal representava o armageddon e o renascer do mundo, um combate mortal onde os deuses de Asgaard enfrentavam as hostes das trevas e as conseguiam derrotar, pagando o preço com a vida. Lembrei-me do tema quando penso, preocupado, nos próximos dias e naquilo que se poderá tornar o Ragnarok do bando, o último dos primeiros dias ou o início do fim.

Memórias

Adivinha-se um verão quente, ao estilo daquele que consumiu Portugal em 2003, no que foi um dos piores verões da minha vida. Há cerca de 5 anos os cabelos caiam, fruto do cocktail explosivo que tinha recebido, como um sinal de fim de um ciclo. A calvíce e a palidez mostravam aos outros a luta que o organismo fazia ao digerir aquele medicamento, num sentimento mixto de cura e sofrimento de algo que mata não só a doença mas toda a vida que se desenvolve no corpo. Os dias passaram longos, as jornadas penosas arrastavam-se de três em três semanas, numa rotina maquivélica dum junkie que detestava o que lhe entrava nas veias mas que sabia que tinha que fazer a via sacra até ao fim. Os olhos, esses nunca deixaram que brilhar e o espírito de luta permitiu viver esses meses como uma fase dura, mas que seria ultrapassada. Os vómitos e os enjôos eram uma constante, como o eram a agonia dos pais ao sofrerem na 3ª pessoa uma situação onde nada podiam fazer. No final, o corpo humano mostrou que o

Fim de tarde

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As águas calmas do Tejo embalavam-no, à medida que o barco descia até à barra. O dia terminava em beleza e o primeiro evento do novo emprego tinha-se revelado uma agradável surpresa. Num ambiente mais informal, trocaram-se muitas ideias e socializou-se, sentindo o vento na cara enquanto Lisboa desfilava calmamente na margem. A noite ia começar mas o ponto alto da jornada foi o belo pôr-do-sol sobre o rio, numa breve "abébia" que as nuvens deram aos ansiosos espectadores. No horizonte um navio faz-se ao mar, saindo da barra. Para onde rumará?

Currahee

Ontem, enquanto matava o tempo depois do exame e trocava algumas palavras com amigos mais distantes no msn, um determinado comentário despertou-me a atenção: “O fim de um ciclo”. É assim que um companheiro da tinta classifica este mês de Junho e o seu estado de espírito, com o abandono do airball e da sua equipa de sempre que ajudou a criar e tornou num exemplo de fair-play e desportivismo que todos reconhecem. Ao olhar para trás vejo que as jornadas dos meus últimos 4 anos partilharam muitos trilhos com ele, desde o regional da Beira Baixa e a Taça de Portugal de 2005 até à última prova a na semana passada. Os títulos são relativos, são as acções que fazemos que marcam a nossa vida, o sentir que tocámos as pessoas com quem convivemos e o sentimento de que deixámos obra feita. Ao deixar este projecto para se agarrar de corpo e alma a outro, este amigo teve umas das decisões mais difíceis da sua vida mas acredito que continue a sua rota de sucesso fazendo o que faz de melhor: trabalhar

Pausa no estudo

Hoje despachei mais uma cadeira do mestrado. Era o único exame do trimestre mas deu algum trabalho, especialmente quando se abdica do fim de semana para ajudar os amigos e se coloca o estudo para 2º plano. Não correu mal e depois de uma discussão marcada para amanhã fico com todo o tempo livre para trabalhar na tese. Adivinha-se um verão com algum trabalho e muita concentração, quem disse que fazer um mestrado era fácil?

Amargura

Neste fim de semana a tinta voltou e desta vez vivi a prova na 1ª pessoa, para safar os manos do Bando que estavam curtos de pessoas. No final da manhã de hoje foi com muita amargura que não conseguimos passar às finais e manter o 4º lugar na geral, fruto de algumas asneiras individuais, muito nervosísmo e um sentimento de que podíamos e devíamos ter feito melhor. Foi um prazer voltar a jogar ao lado deste grupo de bravos, infelizmente a última vez em relação a alguns. Como consequência de prioridades pessoais e profissionais o Bando vai ficar mais pobre com a saída de algumas pessoas que, durante os últimos anos, deram a cara e fizeram o espírito que é o Bando de Irmãos. Para quem conviveu desde o primeiro dia com este grupo de pessoas o sentimento é muito triste, especialmente por não ter presenteado os futuros ausentes com um resultado melhor hoje. Aos que ficam, deixo o desafio de manter o Bando ao seu melhor nível, sabendo que os manos ausentes irão estar sempre por perto. No f

Negociatas

Parece que nos últimos dias alguém se anda a preocupar com uma realidade que há muito eu constatava: o preço do gasóleo aumentou 33% no espaço de um ano contra um aumento de 8% da gasolina. Segundo as petrolíferas este aumento deve-se aos custos de produção, mais caros que no gasolina. No entanto, lembro-me de um artigo que li há uns largos meses em que se referenciava que a Galp, ao refinar o gasóleo que precisa para o mercado português, fica com gasolina em excesso. E lembrei-me da febre dos tdi, cdti, tdci, td e afins que inundaram o nosso mercado com elevadas performances e consumos mais baixos, o que se tornava um excelente negócio quando o gasóleo custava menos 30 centimos que a gasolina. Agora com a desculpa da crise petrolífera o mercado ajusta-se e, mais uma vez, é o consumidor final aquele que suporta este aumento desproporcionado, mesmo quando pagou o carro mais caro fruto de uma política de impostos que penalizava estas viaturas. Por outro lado, o sector dos transportes deb

Day of Days

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6 de Junho. O dia dos dias, aquele dia que marcou o início da reconquista e o fim da tirania na Europa. Faz hoje 64 anos que os aliados desembarcaram nas praias da Normandia, abrindo as portas da "Fortaleza Europa" de Adolf Hitler. Em 2006 caminhei pelas areias de "Omaha", imortalizada naqueles minutos por Steven Spielberg em "Saving private Ryan" , surpreendi-me pela calma de "Gold", "Juno" e "Sword" frente às casas de verão que ainda hoje lá estão e perdi-me na imensidão das areias de "Utah". Foi uma viagem inesquecível, onde se sente o espírito dos que perderam a vida - aliados e alemães - batendo-se pelos seus ideiais numa das batalhas mais sangrentas da história. Que a história não se repita...

Rescaldo da tinta - OpenLX

Na semana passada terminou o Open de Lisboa 2007/2008 para as equipas de 5 homens. Com muita alegria vi os “irmãos” chegarem longe desta vez, com o 1º lugar no escalão M5 e um 3º na Divisão 1. Para o BI 5, cuja época se vai resumir a alguns treinos, parabéns pela vitória e pela forma como ultrapassaram a adversidade de uma equipa curta em pessoas mas com uma alma imensa. Para os manos 5.2, o 3º lugar foi tirado a ferros mas a prova era, assumidamente, uma forma de ter ritmo para a LPP, e por isso algumas das etapas assistiram a performances menos espectaculares. Não chega fazer um pódio, há que ser consistente para repetir os triunfos e conquistar o tão desejado pódio. Agora há que terminar a LPP ao mesmo nível e consolidar a imagem do clube. Boa sorte.

Abraço amigo

Quando o telefone tocou ficou um pouco surpreso. Apesar de às vezes manter contacto com esse amigo e de ir adiando um almoço, desta vez a proposta teve um final feliz. Finalmente iam partilhar uma mesa e por a conversa em dia, como se meses de vida fossem apenas uns dias ou uns minutos. Afinal os amigos de longa data são assim, minimizam as ausências e celebram cada vez que se encontram. No entanto, desta vez, o amigo vinha mais calado. Não que fosse muito falador, desde a infância que era parco em palavras e um pouco introvertido. Mas o silêncio tinha uma razão, as últimas semanas tinha introduzido um novo tema no seu dia a dia. Um quisto suspeito que implicou uns exames mais sérios e culminou numa cirurgia preventiva, para retirar tudo o que fosse suspeito e evitar que, no futuro, degenerasse em algo mais grave. O curioso nestas alturas é a necessidade de partilha, o gostar de falar sobre a experiência e os passos seguintes. A químio assusta muita gente e tentam-se exacerbar os espír

O partido Zombie

Depois do passado fim de semana os laranjinhas finalmente têm um líder. Ao estílo d.sebastianista que já tive oportunidade de escreve, esperam da dra. Manuela a salvação do partido e a conquista do governo em 2009. Vamos esperar pelas próximas batalhas políticas mas não lhe gabo a sorte, num partido cada vez mais fragmentado onde Passos Coelho e Santana Lopes se viram separados por 1% e a apenas 8% da recém eleita líder. Mais do que dipolarizado, o partido está divídido, ao estílo dos triunviratos romanos que fizeram o império crescer. Pena que no primeiro César tenha batalhado contra Pompeu pela conquista do poder e no 2º Octavio tenha derrotado Marco António, dando origem ao primeiro imperador de Roma. Será que no PSD esta situação tem algum paralelismo? Melhor só mesmo a onda de "andar por aí". Pedro Santana Lopes diz que vai entrar numa fase de reflexão política e andar por aí, ou seja, tentar que se esqueçam dele e esperar que os militantes (e o povo) o esqueçam. Luis