Georges Guynemer

O maior Às françês da 1ª Grande Guerra, Guynemer não sobreviveu até ao fim, numa época em que centenas de milhares de jovens pagaram com a vida os erros políticos de uma europa em convulsão, onde cada metro de terra era disputados semanas a fio sem a mínima lógica de guerra. Quando souberam da sua morte, os franceses diziam que o Charles tinha voado tão alto que os anjos não o deixaram voltar a terra.

Um excerto curioso (in: http://www.luftwaffe39-45.historia.nom.br/):

"Em uma manhã de junho de 1917, um solitário Albatros D. III alemão fazia uma patrulha sobre a cidade francesa de Liearval, em busca de uma balão aliado. O seu piloto, o jovem Udet, um promissor ás da Jasta 15, estava a 15.000 pés de altitude quando avistou um ponto a oeste, que, pouco depois ele identificou como sendo um Spad VII francês.
O piloto germânico virou em sua direção e avançou diretamente contra o caça aliado - que fez a mesma coisa. Passaram velozmente um pelo outro, a poucos metros de distância. Udet curvou rapidamente à esquerda, tentando colocar-se na traseira de seu adversário, mas este, novamente, fazia a mesma manobra. De repente, estavam avançando de novo um contra o outro. Novamente, os dois aviões quase roçaram, escapando por pouco da colisão. A batalha continuou com um piloto rodeando o outro. Nivelavam seus aviões depois de uma curva fechada, e retomavam seus ataques frontais. Depois de uma destas inves tidas Udet passou tão perto do Spad que reconheceu "o rosto estreito e pálido sob o capacete de couro". Seu adversário era, simplesmente, o então maior ás francês, com 54 vitórias, o lendário Charles Guynemer (1894-1917).
Udet compreendeu a gravidade da situação e continuou a lutar. Após outra investida, ele executou uma curva de Immelmann, tentando rolar de volta sobre o ás francês. Não deu certo: Guynemer percebeu a manobra e, com um looping, afastou-se. Udet fez outra curva fechada mas, quando a terminava, o francês surgiu de repente em sua frente, com seus projéteis rasgando a fuselagem do avião do piloto germânico.
Udet entrou em desespero. Tentava todas as manobras que conseguia, mas nada parecia surtir efeito. No en tanto, de repente, o Spad francês apareceu em sua mira - era sua única chance e ele não a desperdiçaria. O alemão apertou o gatilho e... a arma não disparou!! Tentou de novo e nada. As armas estavam travadas. Enquanto tentava destravar, Udet pensava se não seria hora de abandonar o combate, mas sabia que seria seguido facilmente por Guynemer. Sua única chance era evadir-se dos ataques até que o francês se cansasse. Enquanto o combate prosseguia, Udet tentava destravar sua arma, escapando quase que por milagre dos tiros de Guynemer. Por fim, por pura irritação, Udet começou a esmurrar suas armas. Nesse momento, Guynemer passou invertido sobre seu avião, vendo o gesto de desespero do alemão e entendendo a situação. O francês terminou sua passagem, fez a volta e veio direto para Udet, em vôo quase invertido. Udet sabia que estava morto mas, em vez de uma rajada de metralha, tudo que recebeu do ás francês foi um aceno satisfeito. E então o francês se foi, desaparecendo nas nuvens."

Udet foi o 2º maior às alemão, a seguir ao Barão Vermelho, e sobreviveu ao conflito para se suicidar já no regime de Adolf Hitler.

Hoje lembrei-me deste homem, dono de uma das citações que mais gosto de utilizar: "Enquanto não deres tudo, não deste nada".

Para se ser excelente na vida não basta querer, há que o demonstrar.

Comments

sem naufragar said…
Adorei o post.
A guerra leva e a memória traz. Escassos os que lembramos pelo melhor.

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