Encontrar uma agulha no palheiro
Quando esta tarde recebi um telefonema de um antigo vizinho, achava que se aproximava mais um jantar dos nossos. Regularmente encontro-me com alguns amigos de longa data e respectívas conjuges, matando saudades de uma infância que já vai longe e partilhando as novidades pessoais e profissionais de cada um.
Como estava numa reunião rejeitei a chamada e apontei mentalmente para lhe devolver o telefonema, mas com o corropio da tarde as horas passaram. Eis que, antes de jantar, o meu amigo voltou à carga. Brincadeira do costume, conversa de algibeira e eis que recebo uma notícia que me fez sorrir de orelha a orelha.
Num encontro profissional, este meu amigo deparou-se com um antigo vizinho, cujo rasto estava perdido no final da década de 90. Sem telemóveis na altura, o contacto perdeu-se numa troca de agendas. Apesar de morarmos na mesma cidade, quis o destino que nunca mais nos cruzássemos.
O Julio foi daqueles grandes amigos de juventude, partilhando brincadeiras, o gosto pelo ZX Spectrum e os primeiros 128k a aparecerem no bairro, as futeboladas em conjunto, as idas à praia de S. João da Caparica e os passeios pela Baixa lisboeta. Aluno do Colégio Militar, ganhou a alcunha do "marmitas", apesar de preferido ser chamdo de "139", número pelo qual era identificado pelos colegas de internato. O curioso foi que as primeiras palavras do Julio, ao ver o nosso amigo comum, foram para perguntar por mim.
Tal como procurar uma agulha num palheiro, o destino prega-nos destas partidas e, quando menos esperamos, possibilita reencontros destes. Ficou agendado um almoço da malta do Bairro para festejar o regresso de um amigo que há muito estava desaparecido. A conversa promete...
Comments
São estes pedaços de sorte-destino-whatever que trazem sal às toneladas aos nossos dias.
Que reguem o reencontro e vão para casa juntos de Taxi.
Abraço