O direito à liberdade

Acordámos hoje com o efeito da auto-proclamação da indenpendência do Kosovo. Ao contrário do nosso movimento republicano, os Kosovares não tiveram um regicídio. Bastou um piscar de olho ao presidente mais idiota da história dos Estados Unidos e a sensação de mais um "passar a perna" aos rivais russos para ver esta manobra reconhecida internacionalmente.

No entanto, ainda há que tenha dois dedos de testa (não os que usam o combustível Galp, aqueles que ainda pensam nas consequências dos actos) e vejam para além do simples acto de querer ser independente. Por todo o mundo ocidental temos situações regionais que podem, num extremo, culminar numa situação semelhante à do Kosovo. Desde os índios mexicanos de Chiapas, passando pelos os bascos em Espanha e os Irlandeses do Ulster ou a Tchetchénia, que luta pela separação da Federação Russa, deparamo-nos com vontades de regiões ou grupos étnicos que querem divergir do poder central.

E o verdadeiro barril de pólvora está para rebentar em África e, outra vez, no Médio Oriente. Quando países cujas fronteiras foram traçadas no mapa pelas potências coloniais começarem a fomentar supostas declaraçõe sunilaterais de independência, como lidar com uma futura nação Curda ou com uma Cachemira integrante do Paquistão? Será que é desta que o reino Zulu se volta a afirmar ou que os nativos de Cassamança e Cabinda conquistarão finalmente a liberdade?

Ou o mundo acorda de vez quando os escoceses se separarem do Reino Unido e o Alaska se demita dos Estados Unidos? O cenário é de ficção mas, infelizmente, pode ser mais real do que alguma vez pensámos. Aguardo com curiosidade as reacções dos poderes políticos ocidentais e com muito cepticismo a resolução desta crise política. Antecipo grandes convulsões nos próximos anos, onde a questão racial e étnica vai ser desculpa para garantir recursos energéticos cada vez mais escassos. A ver vamos...

Comments

AC said…
Os politicos, e as suas politicas, estão refens da Democracia. Le-se-lhes nos olhos quando comentam o assunto. Os mais bem aconselhados afirmam os mesmos "perigos" (será que os são, ou não será a ordem natural das coisas, também Geograficamente?) que tu, mas sempre atados pelos fundamentos da Democracia.
Parece-me qu a Democracia se está a extinguir e para poderem continuar a "encaminhar" o planeta, algumas nações vão ter de ser tão absurdamente lideradas como a tal do Tio.

Off Topic - Tu num Open? Desculpa mas, tu por acaso jogas? É que não me lembro de quem tu es... deve ter sido ha muito muito tempo, era eu uma criança...

Abraço forte
Paulo said…
Se calhar o cenário de ficção que referes pode muito bem passar a realidade mais depressa do que pensamos.
Eu que sempre defendi uma certa ideia de confederação de estados para a União Europeia, começo a olhar para estes acontecimentos com muito preocupação...
Mas como isto não afecta a vidinha dos portugueses cá no nosso burgo (por enquanto...) a caravana vai passando...

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