Ícones ou talvez não
Desde sempre que os portugueses se viraram para o “filho pródigo”, aquele que quando aparecer irá resolver os males, ao estilo do Messias que veio salvar o mundo.
Começou com o D. Sebastião, que alguns esperavam numa madrugada de nevoeiro para livrar Portugal dos espanhóis, como se o jovem imberbe que usou a coroa soubesse governar alguma coisa.
Mas nos dias de hoje este sentimento ultrapassa temas e encontra reflexos nas diversas áreas. É no PSD, onde Manuela Ferreira Leite é vista como aquela que irá trazer o PSD de volta ao governo, no Benfica, onde Rui Costa é tido como o salvador do clube a partir do momento que passou a director desportivo e até na selecção, onde Cristiano Ronaldo é visto como aquele que nos vai dar as vitórias e levar Portugal aos ombros.
Depois lembro-me de outros factos na história, lembro-me da selecção grega que se sagrou campeã da Europa em Lisboa sem vedetas, da Irlanda, que conseguiu um milagre económico histórico a partir da década de 70 sem heróis individuais ou da Suécia, país com poucas riquezas naturais que se transformou num exemplo de bem-estar social e cívico.
Os esforços colectivos ultrapassam sempre os individuais, a história ensinou-nos isso e no desporto somos constantemente confrontados com esse facto. Pena que aqui no burgo deixemos as coisas andar e esperamos pelo “milagre”, que muitas vezes quando chega pouco pode fazer. Já diz o ditado popular: “Santos da casa…”
Comments
Está tudo a apertar o cinto, o governo não baixa impostos do combustível mesmo com os valores actuais, e o povinho aperta o cinto enquanto o governo faz o que bem entender. É um país para os ricos.
Grande abraço num grande post