Direito à indignação

As palavras do Gustavo Lima surgiram como feridas na alma, num grito de indignação sobre o que se escreveu a respeito da participação portuguesa nos jogos. Acredito que os apoios não são os melhores e que por vezes somos demasiado exigentes, especialmente depois de termos tido a fortuna de ver atletas de eleição trazer medalhas para Portugal num passado bem recente.
Se, por um lado, a generalidade dos portugueses ficou chocada com algumas afirmações e reagiu de forma caústica às palavras de alguns atletas, o Gustavo Lima devia saber separar o trigo do joio e perceber que há duas faces numa moeda. Pode ter sido o sentimento de solidariedade para com os demais atletas que o fizeram atirar a toalha ao chão e queixa-se da falta de apoio pelo que lia na net mas ninguém crucificou atletas que deram tudo mas que, infelizmente, não conseguiram medalhas. Ainda hoje na canoagem tivemos prestações muito boas, em que todos os atletas chegaram às meias finais, na marcha um honroso 8º lugar, o Nelson Évora foi ENORME e trouxe a alegria a um país cabisbaixo, mas tal não perdoa o leviandade de algumas performances.
Espero que o Gustavo tenha o apoio necessário e mostre em Londres que depois do 6º, do 4º e do 4º lugar vêm as medalhas. Afinal, Portugal é um país de marinheiros e devia apostar mais em modalidades onde podemos aproveitar melhor as condições do país.
Há uma frase do Guynemer que me marcou desde que a li: "Until one has given all, one has given nothing." Para todos os que deram tudo em Pequim o meu respeito, para os outros fica a fava...

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