Os novos pobres
Ultimamente tenho ouvido muito este termo, fruto de uma crise económica que afecta a dita classe média em Portugal. A subida da Euribor e o aumento do desemprego tem colocado famílias em situações mais desfavoráveis. O crédito mal parado foi o primeiro sinal e as medidas que estão a ser tomadas para ajudar esses novos pobres que, segundo notícias recente já são “clientes” assíduos do Banco Alimentar, tentam salvar o pouco que resta da classe média portuguesa.
No entanto, dei por mim a pensar nesta situação e a considerar se esta classificação não deveria mudar para os “falsos ricos”. Afinal, o exemplo vem do país e desde sempre que Portugal se habituou a fazer vida de rico com rendimento de pobre, fruto de algumas oportunidades, efémeras no tempo, que foram dando alguma riqueza.
Começou com Ceuta, a praça árabe que era um eixo importante de comércio e por onde passava muita da riqueza do norte de África. Para tentar ganhar com isso conquistou-se Ceuta mas o resultado final não foi o esperado, já que as rotas comerciais foram desviadas e a oportunidade passou ao lado. Depois foi a Índia e a riqueza das especiarias, que se perderam após a perda da independência para Espanha e a entrada de ingleses e holandeses no Índico. A seguir veio o ouro do Brasil, que alimentou grandes obras do estado mas que, após o Grito de Ipiranga, também se esfumou. Restavam as colónias africanas, que foram gerando alguma riqueza, menos imediata mas importante porque garantiam matérias-primas a baixo custo. Tudo isso se foi com o fim da guerra colonial, num processo mal gerido por Portugal, que falhou na construção de uma “Commonwealth” lusa. Por vim, surgiu a milagrosa Comunidade Europeia e os milhões em fundos foram, mais uma vez, gastos indevidamente, sem investir onde se devia e até isso se perdeu.
Ou seja, temos o hábito de fazer vida de rico com o dinheiro dos outros e as famílias portuguesas foram contagiadas pelo exemplo do estado. É o parque automóvel, do mais moderno que vi por esta Europa, as casas pagas a peso de ouro nos edifícios nobres por Lisboa e Porto, as férias no estrangeiro, a roupa de marca, enfim, sinais exteriores de riqueza alimentados pelo recurso ao crédito fácil, com taxas de juro atractivas. Bastou uma alteração no mercado para que os encargos aumentassem e hoje muita gente viva com a corda na garganta., fruto das responsabilidades que têm.
A culpa é dos bancos, dizem uns, que emprestavam facilmente e sem pedir grandes garantias. Mas a realidade é que os portugueses alinharam na histeria consumista e agora pagam a factura. Os estilos de vida mudam e hoje esta classe, que não teve juízo na gestão do seu orçamento, estende a mão ao estado para procurar ajuda. Para trás ficam as férias no Brasil, o Audi último modelo ou o T3 na Expo, pago a preço de ouro. E a procissão ainda vai no adro…
No entanto, dei por mim a pensar nesta situação e a considerar se esta classificação não deveria mudar para os “falsos ricos”. Afinal, o exemplo vem do país e desde sempre que Portugal se habituou a fazer vida de rico com rendimento de pobre, fruto de algumas oportunidades, efémeras no tempo, que foram dando alguma riqueza.
Começou com Ceuta, a praça árabe que era um eixo importante de comércio e por onde passava muita da riqueza do norte de África. Para tentar ganhar com isso conquistou-se Ceuta mas o resultado final não foi o esperado, já que as rotas comerciais foram desviadas e a oportunidade passou ao lado. Depois foi a Índia e a riqueza das especiarias, que se perderam após a perda da independência para Espanha e a entrada de ingleses e holandeses no Índico. A seguir veio o ouro do Brasil, que alimentou grandes obras do estado mas que, após o Grito de Ipiranga, também se esfumou. Restavam as colónias africanas, que foram gerando alguma riqueza, menos imediata mas importante porque garantiam matérias-primas a baixo custo. Tudo isso se foi com o fim da guerra colonial, num processo mal gerido por Portugal, que falhou na construção de uma “Commonwealth” lusa. Por vim, surgiu a milagrosa Comunidade Europeia e os milhões em fundos foram, mais uma vez, gastos indevidamente, sem investir onde se devia e até isso se perdeu.
Ou seja, temos o hábito de fazer vida de rico com o dinheiro dos outros e as famílias portuguesas foram contagiadas pelo exemplo do estado. É o parque automóvel, do mais moderno que vi por esta Europa, as casas pagas a peso de ouro nos edifícios nobres por Lisboa e Porto, as férias no estrangeiro, a roupa de marca, enfim, sinais exteriores de riqueza alimentados pelo recurso ao crédito fácil, com taxas de juro atractivas. Bastou uma alteração no mercado para que os encargos aumentassem e hoje muita gente viva com a corda na garganta., fruto das responsabilidades que têm.
A culpa é dos bancos, dizem uns, que emprestavam facilmente e sem pedir grandes garantias. Mas a realidade é que os portugueses alinharam na histeria consumista e agora pagam a factura. Os estilos de vida mudam e hoje esta classe, que não teve juízo na gestão do seu orçamento, estende a mão ao estado para procurar ajuda. Para trás ficam as férias no Brasil, o Audi último modelo ou o T3 na Expo, pago a preço de ouro. E a procissão ainda vai no adro…
Comments
Falta escreveres um texto dos esquemas em pirâmide e do jogo da bolha que têm invadido o país :) mais uma tristeza...