Ode à mediocridade

Ontem o meu Benfica jogou a Taça da Liga e no final da partida pude constatar um conjunto de factos que pessoalmente já esperava.

Primeiro, a exibição foi paupérrima, a estilo de outras exibições da época que nos custaram a Taça Uefa de forma tão prematura e a eliminação da Taça de Portugal aos pés do "colosso" Leixões, além de bastantes pontos para o campeonato onde o recente jogo com o Guimarães teve o seu auge.

Segundo, para os defensores do Quique, este trofeu teve um sabor especial, misto de campeonato, Taça de Portugal e Uefa. Faz-me lembrar aqueles gelados da Olá do antigamente que eram de Tutii-fruti, onde podiamos saborear diversas frutas num simples bocado de gelo.

Terceiro, o nosso treinador continua a ser um "bem-falante". Foi brilhante ver a opinião dele sobre o que foi o "jogo mais importante da época". Para trás estão os empates com Nacional e Setubal e a derrota contra o Guimarães na Luz, o banho de bola frente a este Sporting para o campeonato em Alvalade ou a excelente exibição da Trofa. O jogo de ontem foi o mais importante porque deu um título ao Benfica - e que o ano passado foi ganho pelo Vitória de Setubal - e conseguiu acabar com o mito que Quique nao ganha nada. Ou seja, de Jonas azarado passou a ter a Taça Carlsberg, um trofeu associado a uma cerveja prestigiante.

Para terminar, já me estou a conformar com mais uma época de muitas flores mas poucos frutos, já que o cenário montado mostra que o digníssimo treinador se vai manter por cá, legitimado por uma direcção que ainda não compreendeu que não vale a pena apostar num treinador que joga para não perder, mas que tem presença nas conferências de imprensa. No entanto, fico com aquela satisfação que num ano de eleições onde tantos flops vão andar na boca do mundo, Quique conseguiu ombrear com os políticos de muito show-off e pouca obra feita. Qualquer dia ainda o vejo a distribuir computadores Magalhães pelas Casas do Benfica.

Para o ano há mais...