Terra dos chocolates
A última jornada levou-me a terras helvéticas, para uma semana recheada de cultura, neve e muita qualidade de vida. O serviço no aeroporto de Zurique é exemplar e foi uma surpresa ver que as malas chegaram primeiro que os passageiros à zona de recolha.
Confesso que esperava menos dos suiços mas as dúvidas dissiparam-se apenas meia hora depois de ter aterrado, quando olhava com curiosidade o mapa da rede ferroviária e uma jovem suiça abordou-nos no sentido de nos esclarecer e colocar no melhor caminho. Para um povo supostamente frio e pouco dado à anglofonia, foi uma surpresa.
Tivemos o previlégio de ficar numa vila histórica do norte da Suiça, muito perto de Baden e bem servida por uma rede de transportes que foram a outra surpresa desta jornada. É fantástico planear uma viagem por comboio onde existem dois transfers e ver que as horas de passagem são escrupulosamente seguida ao minuto, com a célebre precisão suiça.
Como o tempo era pouco a ideia foi visitar algumas das cidades mais importantes do norte - Basileia, Berna, Luzerna e Zurique, fazer uma incursão aos Alpes Berneses e uma última viagem ao longo do Reno até Vaduz, no Liechenstein. A oferta cultural é imensa, com dezenas de museus onde abundam colecções de arte de artistas do séc. XIX e XX. Para um apreciador de impressionismo confesso que os locais visitados ficaram um pouco aquém mas compensaram com a vasta coleção de obras de Picasso e Klee, algo que nunca tinha visto em tão farta quantidade.
O tempo não ajudou e apenas em dois dias fomos brindados pelo sol mas, felizmente, no dia da ida aos alpes a previsão não nos enganou e tivemos uma estreia em elevada altitude, com a visita ao Jungfrau e ao deslumbrante cenário envolvente do Munch e do Eiger. Este último ainda hoje tem na face norte uma das mais dificeis provas para os alpinistas ambiciosos. Infelizmente, na semana em que lá estivemos perderam a vida duas pessoas, vitimas de uma súbita mudança das condições atmosféricas, sem que as equipas de socorro os podem retirar da montanha a tempo.
O cenário foi deslumbrante e ficou a vontade de tentar algo mais arrojado numa próxima visita. As estâncias de ski estavam à pinha e os caminhos de tracking rasgam a zona, bem servida por uma rede de comboios e teleféricos, onde todos conseguem encontrar o seu cantinho. O mais surpreendente da semana foi ver o glaciar Aletsch, o maior da suiça, desenrolar-se até ao horizonte. Ficam por mostrar outras imagens desta jornada mas durante a semana irei escolher as melhores.
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