Questões de fé

Faz hoje cinco anos estava na Cova de Eiria em plena procissão das velas, depois de 70km e 4 dias de caminhada. O que tinha começado como um desafio pessoal e uma forma de pagar uma promessa da minha mãe depois da minha aventura com uma neoplasia, cabou por se transformar numa jornada recheada de boas experiências, com momentos de partilha interessantes e muita fé, especialmente na maioria dos meus companheiros de peregrinação.

Já tinha sido mais assíduo nisto da religião. Desde tennra idade tive a catequese da praxe, passei pela primeira ocmunhão mas mal tive oportunidade fui-me distanciando da igreja. Depois, uma passagem por um colégio católico na categoria de professor de música voltou a colocar no caminho da fé mas com a fim dessa experiência apenas fui sendo presença regular nos inúmeros casamentos e alguns funerais.

Curiosamente, não ultrapassei a minha "luta" agarrando-me à fé. Essencialmente, achava que tinha que dar a volta por cima mas resignei-me à minha sorte, assumindo que se tivesse que ir desta para melhor já tinha vivido jornadas bem positivas nos meus trinta e um anos de vida. Felizmente, tudo se resolveu da melhor forma mas a "mãe Mestre" lá se comprometeu em ir a pé a Fátima e acender uma velinha pelo filho, como se a Virgem tivesse vestido de branco nos dias em que os químicos entravam nas veias.

Abraçei a ideia e agarrei a hipótese de fazer a peregrinação do MSV (Movimento da Solidariedade e Vida), através de uma grande amiga e a única pessoa que conhecia naquele grupo de quarenta e quatro. Hoje, como todos os anos onde vejo imagens de peregrinos, lembrei-me dos meus companheiros, muitos deles cujo nome já esqueci mas que numa determinada fase foram das pessoas mais importantes para mim. Com mais ou menos fé, acreditando muito ou nem por isso, sei que todos regressámos mais felizes, mais em paz e, essencialmente, regressámos diferentes. Para melhor...

Comments

Catraia_Sofia said…
Gosto destes "apontamentos" sentidos, escritos na primeira pessoa, epidérmicos!

Um grande abraço, já com saudades!
Luis Prata said…
Grande texto Mestre, e uma lição de vida... grande texto mesmo.

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