Até onde vai a traição

A mudança é boa e quem me conhece sabe que gosto de mudar. Apura-nos os sentidos, estimula o que de bom há em nós, agita a nossa área de conforto e lança-nos novos desafios. No final, crescemos em cada mudança que temos e emergimos melhores, com mais competências e mais diferenciação.

De facto, uma coisa que aprendi e, fazendo eco às palavras de um antigo director - homem experiente que no final da década de 90 já tinha uns anos de multinacionais anglo-saxónicas – “o amor é camisola é fantásticas, mas a primeira camisola que temos que amar é a nossa”.

Ora estando eu a digerir a recente mudança, que apesar de condicionada por alguns factos que entretanto acabaram por se revelar antagónicos, cai-me no colo um presente que de tão doce que é não me conseguiu tirar o saber a fel da boca.
Como em tudo na vida, é bom sentirmo-nos desejados, especialmente em alturas em que andamos mais inseguros, mas não estava preparado para um acontecimento destes. E agora toda a minha noção de fidelidade foi abanada, começando a pairar o espectro da traição.

E até onde vai a traição? É errado procurar o melhor para nós, mesmo que isso implique saltar de um comboio que começa a rolar da estação? Especialmente quando temos um bilhete de 1ª classe e tudo foi entregue conforme prometido? Ou devemos manter-nos na carruagem, cientes que a escolha foi esta e que temos que manter a integridade para defender quem nos honra com a sua confiança?

Os tempos não são fáceis e os próximos meses serão de navegação em mares agitados, com medo de perder a costa de vista mas sempre à procura do farol que me guie a porto seguro.

Comments

Anonymous said…
Agarra a carruagem, seja ela qual for, com a determinação e entusiasmo que te é característica! O resto virá por acréscimo;-)

Bjs,
Sara ISEG

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