Quem será o parvo?

Depois de ver umas entrevistas em directo, cada vez que convenço mais que a classe política é o reflexo do país que temos e que por mais idiotas que sejam os nossos líderes, o povo também não ajuda.

Primeiro, anda tudo à procura do emprego para a vida, quando a realidade do mundo na última década mudou completamente. Ao ponto de quem está a contrato se sentir "precário", quando deviam pensar em mostrar as suas qualidades e trazer valor acrescentado a quem os emprega. A este ritmo querem todos trabalhar para o Estado.

Segundo, se esta é a geração mais bem formada de Portugal, é o reflexo de 3 governos rosinhas com um interregno laranja, que durou pouco tempo devido a um golpe palaciano oriundo de Belém. Que esta geração é a mais licenciada de Portugal, disso não tenho dúvida. A mais bem formada duvido muito, quando vejo no grosso de quem reclama licenciados em Relações Internacionais, Sociologia, Artes Plásticas, Comunicação Social, etc etc, tudo cursos que até o Louis Braille percebia que o mercado é incapaz de absorver. Curiosamente, não vejo alunos da Nova, do ISEG, do ISCTE ou do Técnico a queixarem-se, provavelmente porque para quem é bom e "dá o litro" as coisas até acontecem.

Por último, ser trabalhador independente é mau. Concordo que a fiscalidade associada é rídicula e não faz sentido nenhum, especialmente com o ónus colocado no trabalhador (Segurança Social principalmente). Mas noutras sociedades a iniciativa própria é algo que é valorizado. A generalidade das pessoas parece não querer compreender que a rigidez no despedimento é o pior inimigo da contratação logo, sem que se mudem de vez as regras deste jogo, a capacidade de gerar emprego é cada vez menor.

Se juntarmos a este cocktail uma classe política execrável, onde os amigos arranjam emprego em entidades públicas que muitas vezes nem se sabe o que fazem, estamos perante um cenário que dificilmente se ultrapassa. A solução é cerrar o dente e ir vivendo, a este ritmo ainda aparece outro António Oliveira.

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