Cada dia que passa é uma jornada que termina.
Umas mais positivas, outras em que somos tocados por algo mais significativo mas no final do dia deixámos de ser a mesma pessoa que acordou.
Ser pessimista
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Um pessimista e um otimista discutem a crise e lamentam-se das dificuldades. Diz o otimista:
Os meses de verão e as férias convidam sempre a ler um pouco. A escolha das ultimas semanas foi a trilogia da Guerra dos 100 anos, de Bernard Cromwell: Harlequim; Vagabundo e Graal (numa tradução pouco favorável de Heretic). O enrendo, ao estilo puramente Cromwelliano, baseia-se num conjunto de factos históricos como a batalha de Crécy, a captura do rei escoçês no norte de Inglaterra e as perseguições religiosas aos Cátaros. Para mim, é ver um passado de zonas onde já estive, nomeadamente a Gasconha e o Languedoc, com a referência a cidades e castelos recheados de misticismo. É uma leitura light mas que caminha a passos largos para a conclusão (vou a meio do terceiro livro), as páginas voam rapidamente e sei que vou terminar mais esta obra com um conhecimento mais apurado de uma época que marcou a história medieval da Europa. Os entusiaste do autor vão dar o tempo como bem empregue.
Depois de uma fase conturbada eis que surge o arco-irís. Ao final do dia de trabalho nem queria acreditar na pirueta que estava a assistir. Num acto de puro contorcionísmo oriental, sou confrontado com um sorriso e a oferta de uma saída serena de um palco onde fui vaiado nos ultimos tempos. Mais uma vez dois caminhos e duas reacções possíveis. Optei pela menos óbvia e senti que surpreendi, só por isso o sentimento de satisfação foi enorme. Resta saber se, mesmo assim, continuo a remar neste barco ou tento mudar de embarcação, já que confio pouco no timoneiro. Resta esperar, pacientemente, pelo passar dos dias e deixar a poeira assentar.
Ontem foi um dia diferente, daqueles dias que a memória não esquece e que encaro sempre com um nervoso miudinho. A meio da manhã tinha o meu exame "rotineiro", a bela da ressonância magnética que explora as entranhas da minha pessoa em busca de algo anormal, que não deva lá estar. O ritual repete-se todos os semestres, nos ultímos quatro anos e, apesar de consecutivamente os sinais serem positivos, o apertar na barriga está sempre lá. E fica pior quando a rotina do exame se prolonga por alguma razão, fruto de um esclarecimento adicional que o radiologista quer ter ou duma imagem com pior qualidade. Nessas alturas, em que estou completamente rodeado pela máquina, a sensação de impotência aliada com a claustrofobia faz com que se pense em tudo o que passei em 2003 e se vou ter que repetir a dose. Finalmente de pé, vem o sorriso do médico (companheiro destas jornadas e, por mero acaso, marido da minha médica de familia) e o resultado praticamente na hora - "está tudo na mes...
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